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Aqui, em Pará de Minas, foi inaugurado no dia 24/02/2017, o Conjunto Habitacional Cecília Meireles. Quatrocentos apartamentos foram construídos com verba do governo federal (26 milhões), e entregues à população de baixa renda. Antes mesmo, desse dia da entrega das chaves aos novos moradores, uma cruz já havia sido colocada na praça principal do Bairro pela Paróquia. No dia já mencionado, abençoamos as chaves dos apartamentos e anunciamos o novo padroeiro para aquela Comunidade: São João da Cruz! Não poderia ter outro patrono um Bairro com o nome de Cecília Meireles. São João da Cruz foi um dos maiores poetas místicos que o mundo já conheceu e Cecília Meireles é uma das maiores poetas do Brasil. A bênção do cruzeiro no novo Bairro aconteceu no dia em que também celebramos ali, a primeira missa, ou seja, dia 24 de março. A partir de então, tenho celebrado a missa, mensalmente, naquele local. No último dia 14 de dezembro, celebramos, pela primeira vez, no Bairro a Festa do Padroeiro: São João da Cruz.
Mas, quem foi mesmo São João da Cruz? – Um santo que nasceu em Fontiveros, na Espanha em 1542. Seu pai, Gonzalo de Yepes, pelo jeito, pertencia a uma família da nobreza. Era comerciante de seda. Certa noite pernoitou em Duruelo onde conheceu Catalina Alvarez. Casou-se com ela a contra-gosto da família e tiveram três filhos: Francisco, Luís e João. Gonzalo foi deserdado pela família e morreu cedo deixando a mãe passando muita dificuldades com os filhos. Luís, um dos filhos morreu ainda jovem, ao que parece, de inanição. João teve que pedir esmolas e morar num orfanato, já que Catalina não pode contar com a ajuda dos cunhados. Depois de tentar muitas profissões João trabalhou num hospital onde pode exercer toda sua caridade com as vítimas do mau de buba (Sífilis) que, naquela época, não tinha cura. Resolveu entrar para a vida religiosa carmelita em 1563, recebendo o nome de Frei João de São Matias. Foi ordenado sacerdote em 1567 em Salamanca. Nesse mesmo ano encontra-se com Santa Tereza de Ávila em Medina e junto com ela começa a reforma do Carmelo. Isso trouxe-lhe inúmeras dificuldades e obstáculos. Por causa disso acabou sendo preso em Toledo de 1577 a 1578. Ficou preso oito meses. Nesse período começa a compor os primeiros versos de seus textos de mística. Entre seus textos podemos destacar: Cântico Espiritual, Chama Viva de Amor, Subida do Monte Carmelo, Noite escura...
Os textos de São João da Cruz, foram chamados por ele mesmo de “Ditos de Amor em Inteligência Mística”. A inteligência mística é aquela que quer aprender pelo amor e não tanto pelo intelecto. Sua relação com Deus se assemelha a relação de um casal que se ama perdidamente. Sem Deus ele não sabe viver. Deus é infinito e transcendente. Por isso se revela mas se vela ao mesmo tempo. É um Deus escondido conforme afirmava o Profeta Isaías (Is 45,15). Ferida por esse Amado, a alma humana não sabe mais viver sem sua presença e quer ter uma clara visão de sua identidade. Mas, essa tarefa é, simplesmente, impossível, dado à grande diferença existente entre o Criador e a criatura. Em seu canto 01 ele afirma:
Onde é que te escondeste,
Amado, e me deixaste com gemido?
Como o cervo fugiste,
Havendo-me ferido;
Saí, por ti clamando, e eras já ido.
No canto podemos perceber toda a dor do enamorado que procura ansiosamente pela amada. Chega a interrogar os pastores se por acaso viram esse amado:
Pastores que subirdes
Além, pelas malhadas, ao outeiro,
Se, porventura, virdes
Aquele a quem mais quero,
Dizei-lhe que adoeço, peno e morro...
A alma que pena e morre é a mesma alma que ama e, por alguma razão, tem que se separar da pessoa amada. Essas chagas de amor se curam somente por quem as causou, ou seja, o amado que é Deus.
Assim, o pensamento místico de São João da Cruz vai penetrando nosso coração. Também fomos “seduzidos” por Deus, conforme afirma o profeta Jeremias: Seduziste me, Senhor e eu me deixei seduzir(Jr 20,7). Para São João da Cruz apenas uma coisa interessa: Buscar a presença desse Amado. Sem essa presença nada faz sentido e ele faz de tudo para não perder o foco dessa busca:
Buscando meus amores,
Irei por esses montes e ribeiras;
Não colherei as flores,
Nem temerei as feras,
E passarei os fortes e fronteiras.
Que São João da Cruz nos inspire nessa busca e anime nossa caminhada sempre em direção Àquele que pode matar todas as nossas fomes e saciar todas as nossas sedes! Amém
Padre, uma das coisas que mais me fascinam é o tempo que eles viveram. Sempre tinha uma "peste", uma época de dificuldade e muito pior que a nossa, não tinham essa tecnologia que temos e no entanto venceram. Que tenhamos um dedinho da fé deles.
ResponderExcluirAté mesmos os grandes filósofos ateus se dobram aos ensinamentos de São João da Cruz. Grande Santo e sábio.rogai por nós. Pobres em sabedoria
ResponderExcluirSão João da Cruz...
ResponderExcluirRogai por nós
Q tenhamos essa sede por Jesus em nossos corações
Parabéns Padre Geraldo Gabriel, por estar sempre nos lembrando o significado de cada Santo, a qual local é protetor.Isto é muito gratificante, pois nem sempre lembramos a história de cada um.
ResponderExcluirObrigado
Que São João da Cruz nos abençoe e nos proteja nesta pandemia.
ResponderExcluirA história de São João da Cruz nos leva a grandes reflexões!
ResponderExcluirUma vida marcada pelo sofrimento, mas a sua experiência com o Amor de Deus superou tudo!
Escreveu tudo aquilo que trazida no lrogundo do seu coração!!
São João da Cruz rogai por nós!!
Quando recordamos a vida dos santos nós entendemos porque eles são santos, hoje queremos salário sem trabalho, vitória sem luta e ressureição sem cruz. São joão da cruz nos ajude a descobrir este caminho que conduz ao céu. Amém.
ResponderExcluirParabéns padre Gabriel pelo texto e pelo vídeo. Deus abençoe muito seu trabalho 🙏🙏🙏
ResponderExcluirParabéns Pe Gabriel por sempre estar nos revelando as lindas histórias das vidas dos Santos, e que aprendamos com São João da Cruz a amar a Deus.
ResponderExcluirBoa noite padre Geraldo tudo bem que todos nós apredemos com são João da Cruz no amor ao próximo na humilde e agradecer tudo que temos,alembrei quando o senhor ia selebar a missa debaixo do poste foi munto bom aquele tempo obrigado
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