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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Casa à beira da estrada

 


Ninguém chega

e mesmo assim a porta espera.

O vento é hóspede.

As telhas guardam segredos de chuva,

as paredes do silêncio de quem ficou.

Tudo nela é anterior à pressa.

tudo nela é depois do amor.


A casa respira.

não pede nada.

O tempo passa por ela

como quem entende.

Há cheiro de lenha,

sombras que ainda conversam com o sol.


Tudo nela permanece 

até o silêncio tem morada.

A casa não é casa,

é alma pousada.

Respira o pó,

ouve o vento,

aprendeu a ficar.

nenhum relógio alcança.


O tempo ajoelha.

As paredes sabem rezar.

As janelas olham o mundo

sem desejo.

Há paz nas frestas,

e o silêncio dorme.


Texto de: Ana Cláudia SSaldanha  - Foto nossa

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