A lenda do João de Barro
Desde criança aprendi que alguns passarinhos eram sagrados, entre eles o João de Barro e o Beija-flor. Em nossas peripécias infantis ningu...
Desde criança aprendi que alguns passarinhos eram sagrados,
entre eles o João de Barro e o Beija-flor. Em nossas peripécias infantis
ninguém podia fazer maldade com eles. Para falar a verdade, até hoje esses dois
pássaros me fascinam. O beija-flor com sua delicadeza, quando nos visita parece
trazer boas notícias. O João de Barro, com sua engenhosidade, também me encanta
com sua arte de construtor. É sobre esse pássaro que falarei hoje.
Existe uma lenda indígena, do sul do Brasil, que conta-nos a
história do João de Barro. Ela diz que, antes de ser transformado em pássaro
ele era um jovem muito bonito. Jaerbé, esse era o seu nome, apaixonou-se pela
filha de um cacique muito severo que exigia duras provas dos pretendentes de
sua filha. O jovem Jaerbé foi um desses que teve que provar o seu amor pela
moça. O pai dela exigiu que ele fosse
enrolado num pesado couro de anta, como
num sarcófago e permanecesse nove dias sem comer ou beber qualquer coisa.
Agindo assim, ele se livraria, definitivamente, do abusado, pois ninguém
resistiria tal provação. Jarbé aceitou o desafio e contou com as preces da moça
que também se apaixonara por ele. E foi assim que, ao final da prova, todos
tiveram uma grande surpresa: ao abrir aquele invólucro, saiu de dentro dele um
lindo pássaro de olhos vivos e penugem brilhante. Ao presenciar aquele fato, a
moça também se transformou em pássaro e ambos saíram voando rumo à liberdade.
Por isso, até hoje, o João de Barro, dá provas de seu amor ao construir para sua
amada uma casa sólida e aconchegante.
Creio que essa lenda pode nos ensinar muitas coisas. Ás
vezes, temos que enfrentar verdadeiros sacrifícios para obter o que desejamos
e, após enfrentar grandes provações, ganhamos resistência e nos fortalecemos para
os desafios da vida. O povo costuma dizer que quando ganhamos algo de “mão
beijada” costumamos não dar valor. A lenda ainda lembra-nos do amor de Deus por
nós. Foi por amor que Jesus enfrentou uma grande provação. Foi morto, sepultado
e ressuscitou ao terceiro dia para provar-nos que o amor é mais forte que a
própria morte. Quem doa a própria vida não precisa provar mais nada, pois, doou
tudo.
A natureza pode ser uma grande professora a quem souber
observá-la. Hoje, nós nos afastamos muito dela e talvez, por isso, quebramos
tanto nossas cabeças. Os povos originários profundamente integrados à natureza
aprendiam com ela e sabiam respeitá-la. Aqui não se trata de um romantismo que
visa canonizar “o bom selvagem", mas, uma simples constatação. Quem sabe
não esteja na hora de aproximarmos mais dessa grande mãe e aprendermos com ela,
as grandes lições para nossas vidas?
Imagem: Imagem de Joel santana Joelfotos por Pixabay




Padre é mesmo misericordioso nosso Deus, por nos presentear com a maravilhosa natureza, composta dos reinos, animal vegetal e mineral. Com certeza deveriamos ter mais cuidado, com o que de graças nos foi dado.
ResponderExcluirClaro que um pássaro como o João de barro, em sua arquitetura de construção da moradia nos encanta, e tem mesmo que ser admirado.
Quanto aos ensinamentos da lenda contada, vou destacar o paralelo que fez com o amor de Jesus por nós, já que o Senhor sendo um grande evangelizador, procura sempre encaixar uma mensagem Cristã.