Acidente em lua de mel

Bem ali, no meio da estrada de terra, o policial boquiaberto, nem sabia o que dizer. –“Deveras, o acidente foi feio”! – Exclamou um,...


Bem ali, no meio da estrada de terra, o policial boquiaberto, nem sabia o que dizer. –“Deveras, o acidente foi feio”! – Exclamou um, dos muitos curiosos, que foram bisbilhotar novidades.  O que não dava para compreender era a quantidade de carne com mandioca espalhada no chão. Somente depois de algum tempo o jovem marido revelou à polícia os detalhes do caso:

– Pois é, doutor. A gente estava em lua de mel. Fumos pro sitio de um amigo e acabei me encharcando… Vendo aquilo, a muié resolveu pegar o volante na volta pra casa. Deu nisso! – Começou a chorar, convulsivamente. Eu sempre gostei dela doutor… mas, num imaginava que fosse tão roda dura! A bendita da muié tentou cortar um caminhão e não assuntô quando vinha um carro na direção contrária. Taí. Trepamos no barranco com carro e tudo…chorou de novo, dessa vez sem lágrimas.

Consternado com a decepção do jovem o soldado esperou que ele se refizesse para continuar o seu drama.  Após alguns soluços ele prosseguiu: – Eu trazia muita coisa no carro, doutor. O cachorro e os colchonetes na parte de trás, duas malas, plantas e almofadas. O único jeito foi trazer no colo a panela de carne cozida com mandioca. (Nessa hora o moço prorrompeu-se com fortes soluços). Eu n-não pos-so ver es-ssa carne no chão, doutor! Gas-tei  muita gran-na para comprá-la e tava  uma delícia!  Não economizei na carne. Afinal, era uma Lua de Mel!

Nesse ponto o soldado que redigia o “B O” (Boletim de Ocorrência) já estava sem saber se ria ou chorava. A vítima chorou mais ainda e continuou seu relato fatídico: – Eu tava vino  meio chumbado doutor. Tava abraçado com a panela e nem vi direito quando tudo principiô. Tentei garrar no volante, mas era tarde dimais – Disse isso após um longo suspiro. – E a esposa? – Perguntou o soldado. O que aconteceu com ela? – Ela entrou em choque. Só vi quando saiu correndo doutor. Me largou aqui nesse istado. O que vou fazer agora, sem a panela de carne? – Soluçou, profundamente. – Me diga, doutor?

Imagem de Julia Casado por Pixabay 

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