Ovelha Perdida

O texto de São Lucas e fala-nos,  da ovelha perdida. O pastor foi capaz de deixar as noventa e nove ovelhas no redil para buscar uma ún...



O texto de São Lucas e fala-nos,  da ovelha perdida. O pastor foi capaz de deixar as noventa e nove ovelhas no redil para buscar uma única que se desviou do rebanho (Lc 15, 1-10)!

Refletindo sobre esse texto tentei dar-lhe, um dos títulos abaixo:

•   Perda que faz doer o coração divino;
•   Deus: Pastor que enfrenta a escuridão em busca de sua ovelha;
•   Quando a gente volta para Deus Ele faz uma festa nos Céus; 
•   O meu pecado? - Entristece o coração de Deus.

Qualquer um dos títulos acima poderia encabeçar a reflexão desse texto do Evangelho. Vou tentar amarrá-los numa única narrativa.

Deus não nos criou à toa.  Ele tem um projeto para cada um de nós. Quer a nossa felicidade e a felicidade de todos; quer que sejamos, cada vez mais, parecidos com Jesus, o Homem Perfeito que serve de modelo aos outros. Jesus é o amor de Deus encarnado. Deus Pai não mediu consequências para nos revelar o seu grande amor.  Chegou ao extremo de aceitar a imolação de seu Divino Filho na Cruz. Deu-nos tudo, quando nos ofereceu o  próprio filho que derramou sobre nós até a última gota de seu sangue.  

Poucos santos, talvez, chegaram a compreender a grandeza desse gesto. São Francisco de Assis ao entender esse mistério dizia, feito louco, “O Amor não é amado...” De fato, Jesus pagou com a própria vida o preço de nosso resgate.  Pagou, portanto, a peso de ouro pela nossa salvação.  Quanto mais caro pagamos por um determinado objeto é porque ele nós parece mais valioso.  Somos valiosos demais diante de Deus. Por isso, Ele sofre quando lhe viramos as costas. 

Assim como um bom pastor, Deus é capaz de pegar sua lanterna e sair, sob a chuva ou a escuridão da noite, à nossa procura. O amor de Deus por nós é mais perfeito que o amor de mãe. Mas, a mãe é capaz de entrar em becos escuros e enfrentar qualquer perigo para salvar a vida do filho... No filme “Olga”, a mãe de Carlos Prestes, representada por Fernanda Monte Negro, enfrenta qualquer soldado nazista para resgatar o seu filho preso pela polícia política! O filme mostra a força e a determinação de quem é movido pelo amor!

O amor sempre nos leva ao encontro do outro. Conheço pessoas que sacrificam o fim de semana para ajudar um pobre a colocar laje na casa; outros que "perdem" o dia, numa viagem à capital, apenas para fazer uma doação de sangue. Outros, ainda, doam os órgãos depois da morte! A mãe se preciso for, doa os órgãos em vida, ou seja, doa a vida... Pois bem. Foi, exatamente, o que fez Jesus por nós. Doou-nos a própria vida! 

Penso que, se fosse necessário,  Jesus aceitaria, de novo, a cruz para salvar apenas uma alma! Isso é  amor sem medidas.  Diante disso, fico pensando que a maior tristeza de Deus é ver esse manancial de amor sendo, friamente, rejeitado por nós. Por outro lado, sua maior alegria é receber-nos de volta aos seus braços. Essa alegria pode ser ilustrada na parábola do Filho Pródigo. “Esse meu filho estava perdido e foi encontrado”!  

Para nos arrancar do pecado Jesus vai ao fim do mundo. Desce à mansão dos mortos e faz paralisar as estruturas do inferno com a luminosidade do amor.  Você seria capaz de virar as costas para Deus e rejeitar um amor tão grande? Pense nisso!

Imagem de jarekgrafik por Pixabay 

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