Por fora bela viola...

Uma das coisas mais difíceis em nossas vidas é a renúncia à própria vontade para fazer a vontade de Deus. Somos vaidosos e pensamos est...


Uma das coisas mais difíceis em nossas vidas é a renúncia à própria vontade para fazer a vontade de Deus. Somos vaidosos e pensamos estar certos em tudo. São João Maria Vianney dizia que “não temos de próprio senão a nossa vontade. Ela é a única coisa que podemos tirar do fundo de nós mesmos para fazer dela uma homenagem a Deus”. Por isso, é que diz que, um simples ato de renúncia à vontade própria, é mais agradável a Deus que trinta dias de jejum...
Às vezes, preferimos o jejum de trinta dias a renunciar um desejo pessoal para cumprir a vontade de Deus. Carregamos um excesso de amor próprio que, facilmente, mostra as garras, ao menor arranhão. Estamos longe da humildade verdadeira. Para Santa Tereza a humildade é igual à verdade. Então, resta-nos a pergunta: qual é a verdade sobre nós mesmos? Diante dos apelos de Deus inventamos desculpas ou artifícios que camuflam, facilmente,  a verdade. 
Reconhecer que temos dons não é falta de humildade, pois os dons são dados por Deus. Seria uma falta de humildade ou uma humildade pelo avesso negar que você seja uma boa cozinheira, se de fato, o é.  Negar isso seria uma estratégia para arrancar elogios, fortalecendo, portanto, o próprio ego inflado de si mesmo. A grande verdade sobre nós é que somos feitos de barro, isto é, carregamos uma fraqueza imensa inerente à nossa condição. Carregamos perfumes em vasos de barro...
Além da humildade, algo necessário para fazer a vontade de Deus, São Vianney recomendava a todos uma constante mortificação na luta contra os próprios vícios e defeitos.
Quando todas as nossas ações forem apresentadas a Deus, quantas haverá que serão pouco agradáveis a Ele, mesmo entre as melhores! Quantas imperfeições, quantos pensamentos de amor próprio, quantas satisfações humanas, prazeres sensuais e egoísmos estão misturados a elas! Tem boa aparência, mas é apenas aparência, como esses frutos que parecem mais amarelos e mais maduros porque um verme os furou...
Com a boa aparência do fruto não precisamos nos preocupar desde que, ela seja verdadeira. Lembre-se: A verdade é igual à humildade. O problema é quando a aparência apenas camufla uma realidade. Jesus censurou os fariseus, muitas vezes, por causa disso. Precisamos tomar cuidado com as armadilhas interiores que fazem parecer nobres sentimentos egoístas e mesquinhos. Estar atentos quanto às motivações que me levam a agir de forma virtuosa é muito importante. Por trás desse agir não estaria um sentimento que apenas  busca o próprio reconhecimento? Em caso afirmativo, estaríamos encarnando o dito popular: Por fora bela viola, por dentro pão bolorento...

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