Senhor, eu não sou digno

Vendo a transitoriedade das coisas e da realidade, meu pensamento me faz viajar na direção oposta a esse movimento. Ele busca a permanênc...

Vendo a transitoriedade das coisas e da realidade, meu pensamento me faz viajar na direção oposta a esse movimento. Ele busca a permanência e está certo de  sua existência. O que pode restar de eterno nesse turbilhão chamado tempo que a tudo engole? Se existe um outro lado nessa moeda ele se chama eternidade. Mas o que sobra desse mundo passageiro capaz de revelar os vestígios da eternidade? A essa questão a fé procura responder. Vivemos num pêndulo que oscila entre a materialidade e a espiritualidade. A primeira, insiste em reduzir o sentido de nossa existência nos horizontes da história.  A segunda,  nos ensina a ver o avesso das coisas. Assim, vejo que sou eterno, pois o sentido de minhas ações ultrapassa os umbrais do tempo histórico. Pela razão, também questiono uma porção de coisas ligadas a isso. Questiono, por exemplo, a origem de nossas sedes. Temos sede de felicidade, liberdade e infinito. Carregamos utopias que nos impulsionam a caminhar sempre em frente na busca da “terra prometida”. Não somos como os animais que embora existam sequer sabem disso. Sabemos do nosso nascimento, de nossa existência e de nossas sedes. Além disso, cremos que a água que nos sacia germina na eternidade.

O palco da história, onde as cenas são cronometradas é o lugar onde devemos atuar responsavelmente, antes de entrarmos no camarim de Deus. Estamos em construção. Construímos o mundo e a nós mesmos. A vida humana se parece a um teatro onde comédias, dramas e tragédias se revezam e se alternam. Nesse palco nos desfilamos entre vaias e aplausos na doce loucura das escolhas que fazemos.

Olhar pelo avesso é perceber as motivações subjacentes  das nossas ações. O diferencial de nosso agir vem da espiritualidade. Ela nos dá a certeza de que a vida não se esgota nos limites do tempo. Ela é dom que ultrapassa nossa pretensão de entendimento. A espiritualidade nos leva a concluir que a  fonte da vida é Deus e  Ele quis compartilhar essa vida conosco. Criador do tempo e Senhor da história, Deus é o alimento que nos sacia e o horizonte que almejamos. Seu amor nos seduz e nos faz marchar em direção a Ele mesmo. Caminhemos todos para Deus! Ele quis nossa companhia e nossa amizade.
Senhor, eu não sou digno. Mas, se o Senhor assim o quis, só me resta dizer: louvado seja!

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  1. ..."Caminhemos todos para Deus! Ele quis nossa companhia e nossa amizade."..

    Amém!

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  2. ..."O palco da história, onde as cenas são cronometradas é o lugar onde devemos atuar responsavelmente, antes de entrarmos no camarim de Deus."..

    Amém, assim seja!

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