São João da Cruz (1542) ensinou-nos que o maior objetivo da vida humana consiste na união com Deus. Mas, aí nos vem a pergunta: - Que Deus? Quais são os atributos desse Deus? Em suas obras encontramos um Tratado completo sobre “Deus Uno e Trindade”. Bom, mas essa compreensão outros santos também tiveram. Então, o que é específico na compreensão de São João da Cruz? Trata-se de uma “sabedoria mística experimental” Essa “sabedoria mística experimental” está acima da sabedoria teológica. Mas, o que vem a ser esse saber místico experimental?
Para compreender a pergunta acerca da sabedoria mística experimental é preciso entender que Deus mora, substancialmente, em toda alma, ainda que ela seja do maior pecador do mundo (Subida do Monte Carmelo, Livro 02, Cap. 05 – Esse capítulo explica-se por uma comparação, o que é a união da alma com Deus). É essa união com Deus que garante a conservação da criatura. Sem essa união substancial com Deus as criaturas seriam aniquiladas. Mas, além dessa, há outra união, capaz de transformar a alma em Deus, por amor. Essa união acontece quando há semelhança de amor entre o criador e a criatura. Chamamos tal união de “união de semelhança”. Assim, temos dois tipos de união com Deus: União essencial ou substancial e união de semelhança. A primeira é natural e a segunda sobrenatural. Ela acontece quando a vontade de Deus e a vontade humana não se opõem ou contrarie uma à outra.
De acordo com São João da Cruz, a alma humana, na sua relação com Deus, se assemelha a um vidro exposto aos raios do sol. Se o vidro está embaçado ele não consegue refletir esses raios com pureza. Se estiver transparente ele mesmo parece misturado aos raios formando como se fosse uma coisa só. Por isso, quanto mais a vontade de Deus, for também, a nossa vontade, mais nos unimos a Ele por participação. A natureza humana é diferente da natureza divina, mas, por participação, elas se interpenetram. Essa sabedoria não se adquire pelo intelecto, mas pelo amor. Daí a sabedoria mística experimental. Aquela que se experimenta por participação no mistério...
Todos os batizados têm, ou deveriam ter, como ideal essa união sobrenatural com Deus. Deus que é Uno e Trino. Para falar desse mistério da união com Deus, São João da Cruz se apóia nos textos bíblicos, como por exemplo, o capítulo 17 do Evangelho de João, o que fala da “Oração Sacerdotal” de Jesus. Nesse texto disse Jesus: Pai, os que me deste, quero que onde eu estou, estejam também eles comigo, para contemplarem a minha glória que tu me deste... Querendo dizer que eles façam, por participação, em nós, a mesma obra que eu faço por natureza, que é aspirar ao Espírito Santo. Ainda complementa: para que sejam uma só coisa, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti...
Para o homem, ser divinizado não é entrar no esplendor de alguma energia. É entrar no ciclo da vida da Trindade, ou seja: Ser amado pelo Pai, como o Filho é amado, e dar-lhe em retorno o mesmo Amor, amor que o Filho tem pelo Pai. É “aspirar”, com o Pai e o Filho, o Espírito Santo. Assim, por participação, o homem pode estar unido ao Filho por identificação, unidos ao Pai, pela filiação adotiva, e participante do movimento de Amor que une Pai e Filho ou seja do Espírito. É o Espírito Santo que nos torna conforme ao Filho, voltado em direção ao Pai. Deus que é Uno e Trino transforma a alma humana, colocando-a perto do mistério da Trindade.
Observação: Esse texto foi escrito com base nas leituras de: Jean Yves Leloup ( João da Cruz ou À noite habitada) e Obras Completas – de São João da Cruz.
Para compreender a pergunta acerca da sabedoria mística experimental é preciso entender que Deus mora, substancialmente, em toda alma, ainda que ela seja do maior pecador do mundo (Subida do Monte Carmelo, Livro 02, Cap. 05 – Esse capítulo explica-se por uma comparação, o que é a união da alma com Deus). É essa união com Deus que garante a conservação da criatura. Sem essa união substancial com Deus as criaturas seriam aniquiladas. Mas, além dessa, há outra união, capaz de transformar a alma em Deus, por amor. Essa união acontece quando há semelhança de amor entre o criador e a criatura. Chamamos tal união de “união de semelhança”. Assim, temos dois tipos de união com Deus: União essencial ou substancial e união de semelhança. A primeira é natural e a segunda sobrenatural. Ela acontece quando a vontade de Deus e a vontade humana não se opõem ou contrarie uma à outra.
De acordo com São João da Cruz, a alma humana, na sua relação com Deus, se assemelha a um vidro exposto aos raios do sol. Se o vidro está embaçado ele não consegue refletir esses raios com pureza. Se estiver transparente ele mesmo parece misturado aos raios formando como se fosse uma coisa só. Por isso, quanto mais a vontade de Deus, for também, a nossa vontade, mais nos unimos a Ele por participação. A natureza humana é diferente da natureza divina, mas, por participação, elas se interpenetram. Essa sabedoria não se adquire pelo intelecto, mas pelo amor. Daí a sabedoria mística experimental. Aquela que se experimenta por participação no mistério...
Todos os batizados têm, ou deveriam ter, como ideal essa união sobrenatural com Deus. Deus que é Uno e Trino. Para falar desse mistério da união com Deus, São João da Cruz se apóia nos textos bíblicos, como por exemplo, o capítulo 17 do Evangelho de João, o que fala da “Oração Sacerdotal” de Jesus. Nesse texto disse Jesus: Pai, os que me deste, quero que onde eu estou, estejam também eles comigo, para contemplarem a minha glória que tu me deste... Querendo dizer que eles façam, por participação, em nós, a mesma obra que eu faço por natureza, que é aspirar ao Espírito Santo. Ainda complementa: para que sejam uma só coisa, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti...
Para o homem, ser divinizado não é entrar no esplendor de alguma energia. É entrar no ciclo da vida da Trindade, ou seja: Ser amado pelo Pai, como o Filho é amado, e dar-lhe em retorno o mesmo Amor, amor que o Filho tem pelo Pai. É “aspirar”, com o Pai e o Filho, o Espírito Santo. Assim, por participação, o homem pode estar unido ao Filho por identificação, unidos ao Pai, pela filiação adotiva, e participante do movimento de Amor que une Pai e Filho ou seja do Espírito. É o Espírito Santo que nos torna conforme ao Filho, voltado em direção ao Pai. Deus que é Uno e Trino transforma a alma humana, colocando-a perto do mistério da Trindade.
Observação: Esse texto foi escrito com base nas leituras de: Jean Yves Leloup ( João da Cruz ou À noite habitada) e Obras Completas – de São João da Cruz.
São João da Cruz nos ensina a ter uma intimidade com a Trindade! Em tempos tão "racionais" e frios, nada como uma lição de como sentir Deus. Obrigada, padre Gabriel, por nos aproximar desse místico e por meio dele nos fazer íntimos de Deus.
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