Outro título para esse artigo poderia ser: As aparências enganam. Entretanto, para ser fiel à leitura de “O Mahabharata,” achei melhor preservar o nome original. E assim, começa a história:
- Era uma vez, na Índia, vivia um eremita considerado muito santo num local deserto. Ele era tão respeitado que o próprio Krishna se transfigurou em sua presença mostrando-lhe toda a beleza de sua divindade. Krishna precisou fazer isso para convencê-lo de que não teria cometido uma injustiça.
Ao retornar de uma das guerras mais lendárias da humanidade, a luta entre Pândavas e Kauravas, Krishna quis visitar o amigo. Depois de falar dos estragos da guerra foi questionado por Utanka, esse era o nome do eremita, que irritado, colocou Krishna contra a parede sem saber de sua condição divina. - Como você pode acompanhar toda essa carnificina sem nada fazer para evitá-la? Khishna tentou convencê-lo que nada pode mudar a força do Dharma, uma espécie de destino que guia e regulamenta todas as coisas com suas leis universais. - “Nem a inteligência, nem o trabalho, nem o poder do espírito podem mudar o destino”, disse-lhe Krishna. Mas, o eremita continuou irritado pelo fato de Krishna, que ele considerava um guerreiro, não ter evitado aquela tragédia. Afinal, a morte de dezoito milhões de guerreiros, não poderia ser um mero detalhe para ser relatado com frieza! Utanka quis amaldiçoar Krishna porque além de nada ter feito para evitar a guerra foi parcial e desejou exterminar os Káuravas. Foi então, que Krishna teve que se transfigurar-se diante de Utanka revelando-se a ele, na sua divindade, assim como fizera com Arjuna, diante do qual, também se transfigurou, convencendo-o à lutar contra o exército dos Káuravas.
Ao presenciar aquela cena, Utanka caiu de joelhos e contemplou a divindade com reverência. Krishna prometeu-lhe realizar um de seus desejos. Após relutar um pouco o eremita fez-lhe o pedido. Queria encontra água com mais facilidade. Afinal, morava num deserto e tinha dificuldades para buscar água. Antes de desaparecer Krishna prometeu realizar-lhe aquele desejo.
O tempo passou e, certa vez, morrendo de sede Utanka lembrou-se da conversa com Krishna e cobrou-lhe o prometido: - Queria água para matar a sede! Imediatamente, ouviu um barulho terrível e viu um caçador sujo, barbudo e feio seguido por uma matilha de cães. Ele segurava seu membro avantajado do qual jorrava, sem parar, uma enorme quantidade de água. Olhou para Utanka e disse sorrindo: - estás com sede? Venha e beba! O eremita se estremeceu todo e, cheio de ódio, disse que jamais faria aquilo. Nunca seria capaz de beber a urina de outra pessoa. Ainda mais com aquele visual assustador... Com a garganta em brasa seguiu sua caminhada. Logo em seguida encontrou-se com Krishna , e mais uma vez, o questionou: - Você me prometeu água na hora da sede e foi urina de um caçador sujo que me ofereceu? Então, Krishna lhe disse: - Na verdade eu era aquele caçador. A água não era urina e sim o néctar que poderia torná-lo imortal. Mas, vejo que você ainda está longe desse privilégio. Ainda se prende às aparências. Por isso, a partir de hoje terá apenas água e nada mais. Desde então, surgiram no céu algumas nuvens escuras que, facilmente, derramam suas águas sobre a terra. Elas foram chamadas “Nuvens de Utanka”.
Assim como Utanka, também somos presos às aparências que, facilmente, nos enganam. Talvez, eu teria igualmente rejeitado o “néctar dos deuses” nessas mesmas condições. Caso você pense diferente, devo admitir, que estou diante de um espírito bem mais evoluído... Parabéns!
- Era uma vez, na Índia, vivia um eremita considerado muito santo num local deserto. Ele era tão respeitado que o próprio Krishna se transfigurou em sua presença mostrando-lhe toda a beleza de sua divindade. Krishna precisou fazer isso para convencê-lo de que não teria cometido uma injustiça.
Ao retornar de uma das guerras mais lendárias da humanidade, a luta entre Pândavas e Kauravas, Krishna quis visitar o amigo. Depois de falar dos estragos da guerra foi questionado por Utanka, esse era o nome do eremita, que irritado, colocou Krishna contra a parede sem saber de sua condição divina. - Como você pode acompanhar toda essa carnificina sem nada fazer para evitá-la? Khishna tentou convencê-lo que nada pode mudar a força do Dharma, uma espécie de destino que guia e regulamenta todas as coisas com suas leis universais. - “Nem a inteligência, nem o trabalho, nem o poder do espírito podem mudar o destino”, disse-lhe Krishna. Mas, o eremita continuou irritado pelo fato de Krishna, que ele considerava um guerreiro, não ter evitado aquela tragédia. Afinal, a morte de dezoito milhões de guerreiros, não poderia ser um mero detalhe para ser relatado com frieza! Utanka quis amaldiçoar Krishna porque além de nada ter feito para evitar a guerra foi parcial e desejou exterminar os Káuravas. Foi então, que Krishna teve que se transfigurar-se diante de Utanka revelando-se a ele, na sua divindade, assim como fizera com Arjuna, diante do qual, também se transfigurou, convencendo-o à lutar contra o exército dos Káuravas.
Ao presenciar aquela cena, Utanka caiu de joelhos e contemplou a divindade com reverência. Krishna prometeu-lhe realizar um de seus desejos. Após relutar um pouco o eremita fez-lhe o pedido. Queria encontra água com mais facilidade. Afinal, morava num deserto e tinha dificuldades para buscar água. Antes de desaparecer Krishna prometeu realizar-lhe aquele desejo.
O tempo passou e, certa vez, morrendo de sede Utanka lembrou-se da conversa com Krishna e cobrou-lhe o prometido: - Queria água para matar a sede! Imediatamente, ouviu um barulho terrível e viu um caçador sujo, barbudo e feio seguido por uma matilha de cães. Ele segurava seu membro avantajado do qual jorrava, sem parar, uma enorme quantidade de água. Olhou para Utanka e disse sorrindo: - estás com sede? Venha e beba! O eremita se estremeceu todo e, cheio de ódio, disse que jamais faria aquilo. Nunca seria capaz de beber a urina de outra pessoa. Ainda mais com aquele visual assustador... Com a garganta em brasa seguiu sua caminhada. Logo em seguida encontrou-se com Krishna , e mais uma vez, o questionou: - Você me prometeu água na hora da sede e foi urina de um caçador sujo que me ofereceu? Então, Krishna lhe disse: - Na verdade eu era aquele caçador. A água não era urina e sim o néctar que poderia torná-lo imortal. Mas, vejo que você ainda está longe desse privilégio. Ainda se prende às aparências. Por isso, a partir de hoje terá apenas água e nada mais. Desde então, surgiram no céu algumas nuvens escuras que, facilmente, derramam suas águas sobre a terra. Elas foram chamadas “Nuvens de Utanka”.
Assim como Utanka, também somos presos às aparências que, facilmente, nos enganam. Talvez, eu teria igualmente rejeitado o “néctar dos deuses” nessas mesmas condições. Caso você pense diferente, devo admitir, que estou diante de um espírito bem mais evoluído... Parabéns!
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