Eu não tenho ninguém
Na Diocese de Divinópolis temos um costume de fazer os “Mutirões de Confissões”. Eles acontecem, durante o tempo da quaresma e visam prep...
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Na Diocese de Divinópolis temos um costume de fazer os “Mutirões de Confissões”. Eles acontecem, durante o tempo da quaresma e visam preparar os católicos para celebrarem bem a Páscoa. Durante os mutirões os padres se reúnem para atender em todas as paróquias de uma determinada região. Nesse tempo, emprestamos nossos ombros e ouvidos para que as pessoas possam falar de seus problemas e de suas misérias. E muitos nos afirmam: - eu não tenho ninguém para me ajudar... Estou idoso, doente e nenhum filho vem me ver... Só tenho um filho e ele, quando bebe, e quase sempre bebe, costuma de maltratar muito... Estou só e cheio de doenças, por isso não consigo mais cuidar de meu marido...
O que percebemos nesse tempo se assemelha ao moço do Evangelho de São João (Jo 5,1-16) que, sozinho, reclamava: - eu não tenho ninguém que me ponha na piscina quando as águas ficam agitadas... Nas margens daquela piscina o que se constatava era um verdadeiro mar de misérias humanas: doentes, cegos e coxos, todos esperavam o agitar das águas para entrar nelas primeiro em busca de uma cura. Aquele moço paralítico aguardava tal cura havia 38 anos! Os judeus viam nesse número a imperfeição. Diferente do número 40, o 38 era um número considerado incompleto e, portanto, imperfeito. Esse doente lembra-me todos aqueles que me diziam durante o mutirão de confissões: eu não tenho ninguém que me ajude. Ninguém que me leve ao médico, que vá ao mercado para mim... Ninguém que me visita, que converse comigo... Só converso com meu gato ou com minhas galinhas...
A piscina da cura ainda hoje está rodeada por um mar de misérias. Muitos já se desanimaram e pensam que Deus não existe ou se existe está surdo às suas preces. Aquele paralítico não percebeu que a cura não estava na piscina mágica, mas bem ao seu lado. Deus está sempre ao lado dos pobres e miseráveis. Por isso Jesus completa o número da imperfeição quando cura, ali mesmo, aquele homem que mesmo após tantas decepções não havia perdido as esperanças.
Jesus não quis holofotes para si quando disse: Levanta-te, pega tua maca e anda... Disse isso e sumiu no meio da multidão. Quantos, ainda hoje, repetem esse gesto misericordioso de Jesus? Não estou pensando apenas nos grandes santos, tipo Madre Tereza de Calcutá que, abandonou o conforto de um convento para mergulhar na piscina de misérias dos pobres de Calcutá. Mas, penso naqueles confrades que, ainda hoje, visitam os doentes e os ajudam na hora do banho, dos remédios... Penso, naqueles que, anonimamente, visitam as penitenciárias e ouvem o clamor de tantos sofredores que suplicam por uma presença amiga; Penso, naqueles que visitam os hospitais, creches, asilos... e o fazem em nome de Jesus. A piscina de misérias, infelizmente, ainda continua. Mas, felizmente, Jesus ainda atua junto aos miseráveis através daqueles que são os seus seguidores de verdade!
O que percebemos nesse tempo se assemelha ao moço do Evangelho de São João (Jo 5,1-16) que, sozinho, reclamava: - eu não tenho ninguém que me ponha na piscina quando as águas ficam agitadas... Nas margens daquela piscina o que se constatava era um verdadeiro mar de misérias humanas: doentes, cegos e coxos, todos esperavam o agitar das águas para entrar nelas primeiro em busca de uma cura. Aquele moço paralítico aguardava tal cura havia 38 anos! Os judeus viam nesse número a imperfeição. Diferente do número 40, o 38 era um número considerado incompleto e, portanto, imperfeito. Esse doente lembra-me todos aqueles que me diziam durante o mutirão de confissões: eu não tenho ninguém que me ajude. Ninguém que me leve ao médico, que vá ao mercado para mim... Ninguém que me visita, que converse comigo... Só converso com meu gato ou com minhas galinhas...
A piscina da cura ainda hoje está rodeada por um mar de misérias. Muitos já se desanimaram e pensam que Deus não existe ou se existe está surdo às suas preces. Aquele paralítico não percebeu que a cura não estava na piscina mágica, mas bem ao seu lado. Deus está sempre ao lado dos pobres e miseráveis. Por isso Jesus completa o número da imperfeição quando cura, ali mesmo, aquele homem que mesmo após tantas decepções não havia perdido as esperanças.
Jesus não quis holofotes para si quando disse: Levanta-te, pega tua maca e anda... Disse isso e sumiu no meio da multidão. Quantos, ainda hoje, repetem esse gesto misericordioso de Jesus? Não estou pensando apenas nos grandes santos, tipo Madre Tereza de Calcutá que, abandonou o conforto de um convento para mergulhar na piscina de misérias dos pobres de Calcutá. Mas, penso naqueles confrades que, ainda hoje, visitam os doentes e os ajudam na hora do banho, dos remédios... Penso, naqueles que, anonimamente, visitam as penitenciárias e ouvem o clamor de tantos sofredores que suplicam por uma presença amiga; Penso, naqueles que visitam os hospitais, creches, asilos... e o fazem em nome de Jesus. A piscina de misérias, infelizmente, ainda continua. Mas, felizmente, Jesus ainda atua junto aos miseráveis através daqueles que são os seus seguidores de verdade!
Excelente reflexão! Que deus suscite muitas pessoas para que, a exemplo do Mestre, possam continuar sua humilde missão de acolher a todos os irmãos carentes de uma presença amiga!
ResponderExcluirObrigado, Pe. Jair.
ResponderExcluir.."Jesus não quis holofotes para si quando disse: Levanta-te, pega tua maca e anda... Disse isso e sumiu no meio da multidão. Quantos, ainda hoje, repetem esse gesto misericordioso de Jesus?"..
ResponderExcluirDiferente de nós!