Pedido de mãe
Aquele pedido era mesmo fora do propósito. A mãe dos filhos de Zebedeu (Tiago e João) entrou na conversa para resolver o problema dos “me...
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Aquele pedido era mesmo fora do propósito. A mãe dos filhos de Zebedeu (Tiago e João) entrou na conversa para resolver o problema dos “meninos” (Mt 20, 20 – 28). Sem entender o que se passava, cercou Jesus no meio do caminho e foi logo desembuchando: - Olha Jesus, os meus “meninos” estão andando em sua companhia e eu estou muito feliz. Vejo que ao seu lado eles terão um futuro garantido. Eu e meu marido Zebedeu estamos cansados de dar murros em pontas de facas. Nossa maior preocupação, atualmente, é com o futuro dos filhos. Meus “meninos” são muito bonzinhos. O Tiago é mais carrancudo. De vez em quando, faz birra e detesta comer jiló. Às vezes, ronca muito a noite. Mas, já fui ao médico e ele me disse que isso é normal. De vez em quando, reclama da vida e da situação. Ele me preocupa bastante. O João é um doce! Ele até me ajuda na cozinha, mas só de vez em quando. É meio manhoso, mas quando quer se dá muito bem nos estudos. Sonho com uma boa carreira para ele. Vejo que o senhor gostou muito dos meninos. Então, quero pedir-lhe um favorzinho. Tenho certeza que o senhor não vai negar isso para uma mãe! – Olhe, quando estiver bem instalado no seu reino, dê pros meninos um empreguinho, por favor... Esse sempre foi o sonho deles. Acho que um deles poderia ocupar a pasta da administração e o outro a pasta da educação. Só isso está de bom tamanho! Assim, estariam sempre ao seu lado. Um à direita e o outro à esquerda. Pode ser? E não se esqueça de passar lá em casa depois para comer aquele franguinho que o senhor gosta, viu?
Diante desse pedido inusitado Jesus ficou de boca aberta. Olhou para a mãe e pensou: - Coitada! Os “meninos” já estavam começando a cair os cabelos da cabeça... Parece que ficaram meio envergonhados diante do “mico” pago pela mãe. Mas, pela cara dos dois, Jesus teve a impressão que aquela conversa, havia sido bem ensaiada em casa. Então, perguntou-lhes à queima roupa: - Vocês poderão beber do cálice que eu vou beber? Os dois responderam em uníssono: - Podemos! E Jesus pensou, agora estou perdido! - O que faço com esses dois? A mãe continuava ali feito um poste. Então Jesus “saiu à francesa” e disse: - Bem, do cálice que eu vou beber, certamente, vocês também beberão. Quanto ao pedido da senhora, infelizmente, não posso atender. Isso cabe ao meu pai que está no céu. Só Ele pode decidir quem ficará à minha esquerda ou à minha direita. Naquela hora, Jesus pensou nos dois ladrões que junto a ele foram crucificados no alto do calvário. Com certeza, não era aquele lugar que a mãe de Tiago e João almejava para seus filhos...
Os outros discípulos ouviram toda a conversa de Jesus com a mãe e fingiram naturalidade. Mas, logo em seguida, demonstraram muito ciúmes. Seria, de fato, um desaforo que os melhores lugares fossem reservados apenas aos dois irmãos. Chegaram a pensar mal da educação que aquela mãe estava dando aos seus filhos. Afinal, havia gente mais preparada para assumir esses postos! Cada um pensou que ele seria o convidado para ocupar um desses cargos importantes. Judas tinha muita habilidade com dinheiro. Poderia, facilmente, ocupar a pasta da Administração. A secretaria de ação social talvez, fosse a menos cobiçada. Cairia bem para Tomé. Alguns chegaram a expressar isso. Tomé era meio desconfiado. Por isso, não iria cair, facilmente, em contos de fadas...
Jesus olhou para o seu grupo e em silêncio rezou ao Pai. Pediu ao Espírito Santo que abrisse a cabeça e, principalmente, o coração desses homens para entender que a vida só tem sentido quando for doação. Sabia que eles seriam transformados com o tempo. Mas, ansiava muito para que isso acontecesse logo. Diante da situação de total incompreensão de sua mensagem preferiu falar citando exemplos: “ Os chefes das nações as dominam e os grandes fazem sentir seu poder... entre vós, não deve ser assim. Quem quiser ser o primeiro seja o escravo e o servidor de todos...”. Essa fala de Jesus, certamente, não foi bem compreendida pelo grupo. Ficou martelando na cabeça de todos. Somente mais tarde seria compreendida. Infelizmente, muitos, até hoje não a entenderam. Fazem da fé e da religião um instrumento de poder e de dominação. Estão próximos da mulher de Zebedeu e longe dos ensinamentos de Cristo!
Diante desse pedido inusitado Jesus ficou de boca aberta. Olhou para a mãe e pensou: - Coitada! Os “meninos” já estavam começando a cair os cabelos da cabeça... Parece que ficaram meio envergonhados diante do “mico” pago pela mãe. Mas, pela cara dos dois, Jesus teve a impressão que aquela conversa, havia sido bem ensaiada em casa. Então, perguntou-lhes à queima roupa: - Vocês poderão beber do cálice que eu vou beber? Os dois responderam em uníssono: - Podemos! E Jesus pensou, agora estou perdido! - O que faço com esses dois? A mãe continuava ali feito um poste. Então Jesus “saiu à francesa” e disse: - Bem, do cálice que eu vou beber, certamente, vocês também beberão. Quanto ao pedido da senhora, infelizmente, não posso atender. Isso cabe ao meu pai que está no céu. Só Ele pode decidir quem ficará à minha esquerda ou à minha direita. Naquela hora, Jesus pensou nos dois ladrões que junto a ele foram crucificados no alto do calvário. Com certeza, não era aquele lugar que a mãe de Tiago e João almejava para seus filhos...
Os outros discípulos ouviram toda a conversa de Jesus com a mãe e fingiram naturalidade. Mas, logo em seguida, demonstraram muito ciúmes. Seria, de fato, um desaforo que os melhores lugares fossem reservados apenas aos dois irmãos. Chegaram a pensar mal da educação que aquela mãe estava dando aos seus filhos. Afinal, havia gente mais preparada para assumir esses postos! Cada um pensou que ele seria o convidado para ocupar um desses cargos importantes. Judas tinha muita habilidade com dinheiro. Poderia, facilmente, ocupar a pasta da Administração. A secretaria de ação social talvez, fosse a menos cobiçada. Cairia bem para Tomé. Alguns chegaram a expressar isso. Tomé era meio desconfiado. Por isso, não iria cair, facilmente, em contos de fadas...
Jesus olhou para o seu grupo e em silêncio rezou ao Pai. Pediu ao Espírito Santo que abrisse a cabeça e, principalmente, o coração desses homens para entender que a vida só tem sentido quando for doação. Sabia que eles seriam transformados com o tempo. Mas, ansiava muito para que isso acontecesse logo. Diante da situação de total incompreensão de sua mensagem preferiu falar citando exemplos: “ Os chefes das nações as dominam e os grandes fazem sentir seu poder... entre vós, não deve ser assim. Quem quiser ser o primeiro seja o escravo e o servidor de todos...”. Essa fala de Jesus, certamente, não foi bem compreendida pelo grupo. Ficou martelando na cabeça de todos. Somente mais tarde seria compreendida. Infelizmente, muitos, até hoje não a entenderam. Fazem da fé e da religião um instrumento de poder e de dominação. Estão próximos da mulher de Zebedeu e longe dos ensinamentos de Cristo!
Muito bom! O passado sendo colocado no presente.
ResponderExcluirComo a palavra de Deus é tão atual né, muito bem colocado sua reflexão, adorei.
ResponderExcluirMARAVILHA MUITO LINDO, AS MARAVILHAS DO EVANGELHO A CADA DIA NOS EMOCIONA MAIS,
ResponderExcluirPadre, gosto demais de sua excelência em trazer o evangelho para a realidade do momento presente...
ResponderExcluirParabéns!
Boa noite padre Geraldo! Parabéns pela reflexão pedido de mãe! Retrata bem os dias de hoje. Todos nós somos parecidos com essa mãe. Só nos resta amarrar a carapuça. Vou guardar essa reflexão para sempre no meu coração.
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