A saga de Rama

Tudo começou quando Dasaratha, o velho rei de Ayodhya pediu aos deuses a graça de ser pai. Ele já estava idoso e apesar de ter três esp...


Tudo começou quando Dasaratha, o velho rei de Ayodhya pediu aos deuses a graça de ser pai. Ele já estava idoso e apesar de ter três esposas ainda não tinha filhos. Por ser um rei bom e justo alcançou esse favor: teve um filho de cada esposa. Com Sumitra teve dois. Rama nasceu de Kausalya; Bharata, de Kaikeyi e, de Sumitra, nasceram Lakshmana e Satrughna.

A beleza de Rama merecia destaque: Tinha estatura média e possuía mais energia que o sol. Seus olhos eram verdes e a pele de um verde frio e suave. Era tão lisa que nem a poeira lhe aderia.  Tinha os cabelos ondulados e verde-escuros. Seu caminhar parecia o caminhar de um leão pelas florestas... Laksmana era muito ligado a ele. Na verdade, era como se fosse sua própria sombra. Bharata nasceu com a pele vermelha e olhos cor de rosa; lábios escarlates e cabelos vermelhos como a chama. Seu irmão Satrughna não o deixava em momento nenhum.

Nas proximidades de Ayodhya nem tudo estava em ordem.  Na Floresta Tadaka, seres demoníacos, liderados por Ravana, não deixavam os sacerdotes rezarem nem oferecerem seus sacrifícios. Um dos sacerdotes chamado Viswamitra, recorreu ao Rei Dasaratha implorando ajuda com as seguintes palavras:

Agora, em todas as florestas, os Rakshasas (seres demoníacos) nos atormentam cruelmente como homens no inferno. Já  ouvistes dizer que o mal desceu à terra e a todos os mundos. À noite, os demônios gritam uns para os outros: Eu sou Narayana, eu sou a Lua! Eu sou tudo! Os nômades da Noite pavoneiam-se, bravateiam e arrasam o o Dharma. Por isso, ó grande rei Dasaratha, eu preciso de um guerreiro para matá-los, preciso de Rama, o vosso filho...

Dasaratha era um rei bondoso e respeitador Dharma. Vendo nesse pedido um desejo dos deuses abriu mão de seu filho Rama quando esse tinha apenas dezesseis anos. Rama não ousava desobedecer ao pai. Em tudo ele era virtuoso. Procurava cumprir religiosamente as leis do Dharma. Ele não sabia, no entanto,  o que teria que enfrentar na floresta.

Ravana pertencia à família dos Rakshasas (raxasas), uma raça de seres mitológicos humanoides ou espíritos malignos. Era, portanto, o rei demoníaco de Lanka e o chefe dos Rakshasas. Sua vida era atormentar os deuses e os homens. Não havia como detê-lo, pois sua história começou com um privilégio concedido por Brama. O “diabo” não era bobo. Sabia que se submetesse ao Dharma até mesmo os deuses teriam que atendê-lo. Então,  agiu com esperteza e procurou fazer inúmeros sacrifícios aos deuses por dez mil anos! A cada mil anos cortava uma de suas cabeças (ele possuía dez cabeças!) e a colocava no altar de Brama. Quando ia cortar a última cabeça Brama colocou-se diante dele pronto para atendê-lo. Ele manifestou o desejo de ser imortal. Tal desejo foi negado. Mas, após tantos sacrifícios conseguiu o favor de não poder ser morto pelos deuses e demônios.  Esse favor lhe foi concedido. Ravana foi descuidado, naquela hora,  e se esqueceu dos homens. Então, podia ser morto por apenas um homem. É aí que entra o Príncipe Rama.

Quando o diabo não pode agir ele envia seu emissário. Em nosso caso, foi uma emissária. Trata-se de Surpanakha. Surpanakha era uma Rakhasas irmã de Ravana que tinha o poder do disfarce. Por isso, disfarçou-se numa mulher muito linda e encaminhou-se para a floresta. Queria seduzir Rama. Apresentou-se como uma grande dama e usou de todas as armas que uma mulher bonita pode usar para conseguir seu objetivo. Rama, no entanto, percebeu a armadilha e com sua espada cortou-lhe a ponta do nariz.  Pelo fato de não ter conseguido ficar com Rama, Surpanakha jurou vingança. Nada pior do que uma paixão não correspondida. Daí ao ódio é um pequeno passo. E esse passo foi dado quando ela convenceu o irmão Ravana que Sita, a mulher de Rama era a mulher mais bonita do mundo. Sendo assim, ele teria que possuí-la, a qualquer custo. Diante de uma mulher com uma beleza tão rara até o coração do diabo tremeu.

Mas, agora é a hora de falar de Sita, a mulher de Rama, pois ainda não falamos dela. Quando solteira, ela morava com seu pai, o rei Janaka, o Marido da Terra, no reino de Videha. Sua mãe era Prithivi, a deusa Terra. Nesse reino estava depositado o arco de Shiva. O arco ficava bem guardado numa caixa envolto em fumaça de agáloco (árvore que produz incenso), ornado de flores. Janaka prometeu casar sua filha, a Princesa Sita, com o jovem que fosse capaz de dobrar esse arco. Cinco homens transportaram o Arco de Shiva, carregando-o numa carroça de oito rodas. Num dia determinado todos os pretendentes de Sita se compareceram na tentativa de lançar uma flecha com aquele arco. Mas, ninguém conseguiu. Rama, no entanto, pegou o arco com tanta força que ao vergá-lo quebrou-o em dois pedaços como se fosse uma simples vareta de bambu. Foi assim, que conquistou o coração da mais bela das mulheres daquela região. Para ser marido de Sita era preciso força e sensibilidade. Qual mulher, ainda hoje não gostaria de ter um marido assim? Realizado a cerimônia do casamento, Rama e Sita voltam para a floresta e permanecem em paz, até o dia em que foram visitados por Ravana. Mas, esse é um assunto para meu próximo texto.

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  1. Muito bom texto. Fiquei curioso com o desenrolar da estória. Interessante literatura. Parabéns!

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  2. Não conhecia completo como li agora mas me deixou um pouco interessado ao se desenrolar,pois que história obrigado pelo ensinamento, o que e a vida entre um homem e uma mulher imagina TRÊS.

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