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segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Árvore


Acho que ela desaprendeu de morrer.

Ficou ali, seca e viva.

Diria assim mesmo Manoel de Barros.

Enquanto em seus galhos um João de Barro poderia fazer morada.

Ela tem casca grossa pra esconder ternura.

Tem raiz que conversa com o avesso da terra.

Não podemos esquecer que ela já foi semente minúscula 

mas guardava o tamanho do mundo.

O vento passa,

e ela nem se importa.

Aprendeu a ser o próprio vento e balança. 


Ana Cláudia SSaldanha

Foto: Pe. Gabriel - Flamboyant (Foto tirada na Comunidade de Urucuia, de Esmeraldas)

2 comentários:

  1. Que lindo texto Ana Cláudia! Nossa imaginação flui nas palavras . Exatamente o que vemos na bela foto tir!!!ada pelo fotógrafo profissional Padre Gabriel. Amei!!!

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  2. Encontro de poucas palavras mas transmitindo grande sentimento. Feliz na foto que simbolizou muito bem.

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