Caminhos da santidade

Somos tentados a pensar que nossa época é sempre a mais desafiadora da história. A história é comprida demais e curta é nossa existência! É certo, no entanto, que a história foi marcada por tempos bem mais difíceis que os atuais. O que sei é que em todos eles Deus encontrou um jeito de chamar alguns homens e mulheres à santidade. Santo é aquele que divide todos os seus espaços com Deus e, às vezes, deixa Deus ocupar todos os espaços de sua vida de forma indivisível. São Paulo foi um desses. Chegou a afirmar: Já não sou eu quem vive é Cristo que vive em mim…

Na galeria dos santos temos os intelectuais, os mártires, profetas, mestres da caridade e muitos outros. Entre esses últimos posso encontrar S. Francisco de Assis, S. Vicente de Paulo e, recentemente, S. Maximiliano Kolbe, cujo dia celebramos em 14 de agosto. Esses santos esqueceram-se de si mesmos para pensar no próximo. Maximiliano Kolbe, por exemplo, se ofereceu para morrer de fome no lugar de um pai de família que ele sequer conhecia, quando ambos estavam presos num campo de concentração em 1941. Muitos santos se destacaram pela prática da caridade. Nem seria possível falar de todos. Penso, que o mundo não vai conhecer facilmente, outro Francisco de Assis ou Vicente de Paulo!

Entre os doutores podemos destacar Santo Agostinho, Anselmo, Tomás de Aquino, Catarina de Sena e tantos mais… O detalhe curioso nessa parte fica com Catarina de Sena. Era analfabeta e não tinha domínio no mundo das letras. No entanto, ditou mais de 400 escritos de grande profundidade intelectual e doutrinária! Em 1968, foi proclamada Doutora da Igreja pelo Papa Paulo VI.

Na galeria dos mártires e profetas, também encontramos milhares de santos e santas. Podemos começar com S. João Batista, Estevão, Sebastião e modernamente (1885) os africanos Carlos Lwuanga e 21 companheiros! Na fila dessa galeria, ainda espera canonização, Dom Oscar Romero, bispo de El Salvador, brutalmente assassinado em 1980, quando celebrava uma missa.

A galeria dos santos possui muitas divisões. Nela temos espaços reservados para os pastores, confessores, mestres da espiritualidade como S. João da Cruz e Tereza de Ávila. Sob essa verdadeira constelação, difícil é não escolher uma estrela para nos guiar. Nossa época, certamente, não é a mais difícil da história. Mas, vejo que, ás vezes, faltam-nos referenciais de ética e boa conduta. Os santos são modelos dignos de serem imitados em todos os tempos. Tiveram um agir excelente apesar das dificuldades de todos os tempos. Espelhando-se neles você também poderá ter um agir virtuoso. Não se assuste, porém, se perceber que você também é chamado à santidade por Deus!