Caminhos de Deus

Deus em sua infinita sabedoria escolhe os caminhos mais diversos quando quer se encontrar conosco. Até mesmo um pássaro repugnante como o corvo, pode servir aos propósitos divinos. Foi um corvo que alimentou, por muitos dias, o profeta   ( 1 Rs 17,10-16) em sua fuga do Rei Acab.

Elias entrou em atrito com o rei e teve que fugir de sua terra. O rei Acab casara-se com Jezabel, filha do rei de Sidom. Influenciado pela mulher pagã, introduziu no reino do norte, em Israel,  o culto a Baal, deus da fertilidade, da região de Sidonia. 

O profeta fala em nome de Deus que não concorda com a idolatria. Por isso, teve que fugir. Em fuga ele não sabia o que fazer, onde dormir nem o que comer. Mas, Deus não descuida de seus filhos. Por isso, ordenou aos corvos que levassem um pãozinho com carne todos os dias, para matar a fome do profeta. 

O corvo, considerado impuro ( Lv 11,15), passou a ser um canal da graça de Deus. Assim, Elias por um bom tempo, pode comer o pão do céu e beber a água de um pequeno riacho. Depois o riacho secou e Deus ordenou ao profeta que procurasse uma viúva para sustentá-lo. A viúva foi encontrada enquanto apanhava lenha para cozinhar um restinho de comida que possuía.  Pelo visto, estava mais seca do que a lenha que apanhava. Era pobre, tinha um filho para cuidar e só tinha um punhado de farinha. Morava em Sarepta na região de Sinom, onde baal era cultuado. Apesar de Baal, tudo estava seco e sem vida. Apesar da pobreza da viúva, Deus nunca deixou faltar nada para ela em razão de sua generosidade. Os pobres costumam  saber dividir o que possuem!

Em sua trajetória Elias se mostrou humilde e determinado. Estava disposto a ir até o fim para cumprir o que Deus pedia dele. Nem sempre  entendia os propósitos divinos. Seu nome, em hebraico é ‘Eliáhu” e quer dizer: “Javé é Deus”.  Seu nome já sintetiza seu projeto de vida. Ele está a serviço do único Deus verdadeiro. Mesmo nas dificuldades sabe que Deus não vai abandoná-lo. 

Quantas lições podemos tirar desse trecho da Sagrada Escritura! O povo diz que “Deus tarda, mas não falha”. Isso é apenas meia verdade. Deus não tarda. Nós é que somos apressados demais. Obedecer a Deus nem sempre é fácil. Também não é fácil entender seus caminhos. Aliás, se entendêssemos tudo não necessitaríamos da fé.  Elias é apenas um homem frágil e contra ele há um reino poderoso. Ele não tem armas nem exércitos. Mas, aprendeu a confiar em Deus e isso lhe basta. Como seria bom, se nós confiássemos mais em Deus. Vivemos, atualmente, uma obsessão por segurança: cerca elétrica, planos de saúde, de aposentadoria... Confiamos demais em nossos planejamentos e estratégias. Com isso, pensamos estar com o futuro garantido. Que pena! Nós nos preocupamos com tudo e nos esquecemos de Deus. Por isso, grande parte de nossos planos acabam na poeira.