Catarina de Sena
No dia 29 de abril a Igreja celebra Santa Catarina de Sena, a única santa declarada doutora da Igreja no Século XIV. Catarina era filha ...
https://ggpadre.blogspot.com/2016/08/catarina-de-sena.html?m=0
No dia 29 de abril a Igreja celebra Santa Catarina de Sena, a única santa declarada doutora da Igreja no Século XIV. Catarina era filha de um casal de comerciantes (Giacomo di Benincasa e Lapa Benincasa) de Sena-Itália. Teve 23 irmãos, dos quais, onze morreram ainda criança. A mortalidade infantil era cruel naquele tempo! “Comércio muito parado, fome e peste iminentes, vida cara e moral relaxada” - Esse era um balanço sombrio da região da Toscana no tempo de Catarina (1347 – 1380).
Caterina di Iacopo di Benincasa - Santa Catarina - viveu numa época difícil da história do Ocidente, quando a Europa se despedia da Idade Média, a Igreja sofria com a crise do papado e o mundo começava a sentir as crises que provocariam a Reforma cem anos depois. A santa era quase analfabeta. Não falava latim nem francês. Apenas o toscano das classes baixas. Sua santidade, coragem e sabedoria fizeram com que ela fosse considerada doutora da Igreja pelo Papa Paulo VI, em 1970.
Com apenas sete anos, Catarina começou a ter revelações. Isso custou-lhe muito,visto que, inicialmente, foi incompreendida pela própria mãe. Aos 15 anos entrou para a Ordem Terceira de São Domingos, por um privilégio especial, pois era muito nova. Começou então, uma vida de intensa oração e muita penitência. É deste período o seu “diálogo sublime” relatado pela maioria de seus biógrafos:
Catarina: Bom e dulcíssimo Jesus, onde estavas Tu enquanto a minha alma padecia aqueles tormentos?
Jesus: No fundo do teu coração. Pois nunca Me afasto do coração dos meus amigos.
Catarina: Mas, então, Senhor estavas no meu coração, no meio de todos estes horrores e visões impuras?
Jesus: Estes horrores causavam-te alegria ou sofrimento?
Catarina: Eu abominava-os, porque me entristeciam no mais profundo do meu ser.
Jesus: Eu estava no teu coração, tal como estava na cruz, num estado de sofrimento e de felicidade.
Em sua trajetória, Santa Catarina viveu um apostolado local e itinerante. Ditou cerca de trezentas e sessenta cartas, de profundo conteúdo, para os mais diversos destinatários, incluindo papas, cardeais e bispos. Não tinha medo quando precisava repreender, ainda que docilmente, quem quer que fosse. Sobre a nomeação dos cardeais escreveu ao Papa Gregório XI:
Santíssimo Padre; ouvi dizer que criaste novos cardeais. Eu creio que, a este propósito, seria honra para Deus e vantagem para vós somente nomeardes homens virtuosos. Pois, se acontecer o contrário, será para grande desonra de Deus e grande infelicidade para a Igreja. Portanto, não nos admiremos de que Deus nos envie as suas correções e os seus flagelos: um justo castigo. Peço-vos que façais corajosamente e no temor de Deus o que tendes de fazer (A Gregório XI, carta 1- Nº 06)
Sobre a fé, Catarina dizia, ser ela, a alma do apostolado.
“É como um vaso que se enche na fonte. Se o retiramos da fonte para beber, ela rapidamente se esvaziará. Mas, se, pelo contrário, o deixamos mergulhado na fonte, podemos beber sempre dele e ele ficará sempre cheio” (O Diálogo - Capítulo 88).
Peçamos, à Santa Catarina que abençoe nossa Igreja e oriente o novo papa nesse mundo cheio de encruzilhadas e desafios. Que ela nos dê sua luz e nos ajude a ser mais santos em nosso tempo!