Pedro e Paulo: ambos na prisão

Celebramos ao final do mês de junho o dia de são Pedro e São Paulo. De igual importância os dois apóstolos são lembrados no mesmo dia. Ap...

Celebramos ao final do mês de junho o dia de são Pedro e São Paulo. De igual importância os dois apóstolos são lembrados no mesmo dia. Apesar de terem o mesmo quilate Pedro e Paulo são, totalmente, diferentes um do outro. Isso mostra que Jesus não quis uma uniformidade nos seus seguidores. A diversidade faz a riqueza da Igreja desde suas origens. Pedro representa a instituição e Paulo o carisma. Coube ao primeiro zelar pela Igreja e garantir a unidade da mesma, entre outras coisas. Ao segundo, coube abrir caminhos para o Evangelho e ampliar a ação da Igreja rumo ao novo e, portanto, desconhecido. Ambos foram presos, apanharam e foram martirizados ao final da vida.

Na prisão, Pedro e Paulo tem comportamentos diferentes. Preso em Jerusalem, segundo Lucas ( Atos 2,1-11  ) Pedro foi solto, misteriosamente, por um anjo. Sua prisão foi para agradar aos judeus e, portanto, foi uma prisão política. Há no relato de Lucas um exagero desproporcional. Uma verdadeira patrulha de dezesseis soldados foi destacada para vigiar Pedro que estava amarrado com correntes. Ignorando tudo o que se passava ele dormia entre os soldados. Durante a noite foi solto por um anjo e, só então, se deu conta de que aquilo era ação de Deus. Após ser libertado pelo anjo Pedro continuou o seu trabalho.

Paulo também foi preso em Filipos (At 16,22-40). Diferente de Pedro ele sabia do que se tratava. Sabia inclusive, que sua prisão era ilegal, pois sendo cidadão romano não poderia receber aquele tratamento como se fosse um arruaceiro comum. Um terremoto aconteceu enquanto ele estava preso. O carcereiro queria se matar pensando que os presos haviam fugido. Ao perceber que estavam todos ali se converteu e mais tarde recebeu o batismo, juntamente, com sua família. Antes de partir daquele lugar Paulo exigiu uma retratação daqueles que ordenaram sua prisão.

Os dois apóstolos, cada um a seu modo contribuíram, imensamente, para o bem da Igreja. Paulo era estudado e sabia costurar bem os seus discursos diante de plateias diferentes. Pedro foi um simples pescador que “vendia o almoço para comprar o jantar”. A atuação de ambos não foi oposta e sim complementar. Um completou a obra do outro e ambos enriqueceram imensamente a Igreja.

Lembrando esses dois grandes apóstolos, chamados “Colunas da Igreja” podemos refletir sobre a beleza da vocação e do chamado de Deus. Não existe um único caminho para a santidade. Cada um, à sua maneira e com os dons conferidos por Deus, pode se tornar santo. Alguns se tornaram santos na educação como é o caso de Dom Bosco. Outros se tornaram santos pela prática da caridade como é o caso de São Vicente de Paulo. Outros ainda se tornaram santos pelo martírio... Deus que nos criou tão diferentes quer que sejamos santos por diferentes caminhos. O que mais importa é buscar a santidade onde quer que estejamos plantados...

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