Seguir ou guiar
São Pedro, aparentemente, levou uma bronca de Jesus. Ao ler o texto bíblico (Mt 16,23), a gente fica por entender. Afinal, Pedro não quer...
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São Pedro, aparentemente, levou uma bronca de Jesus. Ao ler o texto bíblico (Mt 16,23), a gente fica por entender. Afinal, Pedro não queria poupar Jesus de sofrimento e dores de cabeça? Ou será que quis desviar Jesus do caminho traçado pelo Pai?
Tudo aconteceu numa bela manhã de setembro. O setembro e a manhã ficam por minha conta. Após falar aos discípulos o que teria de enfrentar em Jerusalém Jesus ficou incomodado com a reação de Pedro. Sabendo que Jesus estava indo para um ninho de cobras Pedro tentou, em vão, desviá-lo de rota: - Que isso nunca lhe aconteça, Senhor… Só se passarem por cima de meu cadáver! Jesus então disse: - Vá de retro, Satanás! Numa tradução melhor teria dito: - Vá atrás de mim!
Há uma grande diferença entre ir adiante ou ir atrás. Quem vai adiante é o guia. Quem vai atrás é o discípulo. Pedro será o guia somente mais tarde. O guia não pode ser cego. Caso contrário, cairá no buraco junto com o discípulo. Jesus andou chamando os fariseus e mestres da lei de guias cegos… Isso deve ter doido demais para quem via essa função como ostentação! Colocando os pingos nos “is” Jesus é o guia que irá cumprir todo o plano do Pai. Por isso, não fugirá da cruz. A cruz é a consequência do amor sem limites. Olhando para a cruz podemos ver um Deus que esqueceu de si mesmo e se entregou totalmente a nós. O que mais Ele poderia ter feito para mostrar-nos o quanto nos ama? Poderemos reformular a mesma pergunta para chegar às mesmas respostas: - É possível amar de verdade, sem enfrentar alguma forma de sofrimento? - O amor, necessariamente não envolve renúncias e alguns sacrifícios?
A bronca de Jesus fazia sentido. Não era hora de Pedro interditar sua caminhada. É bom lembrar que o diabo já havia tentado isso no deserto. Pedro deveria ir treinando para colocar o seu pé no rastro de Jesus. Isso ele o fará com louvor na hora certa. Por ora, era preciso ouvir e aprender do mestre.
Em alguma medida todos somos parecidos com São Pedro. Queremos ajustar a religião às nossas medidas. Ainda hoje é grande a tentação de buscar um Jesus adocicado que distribui sorrisos e afagos sem nada exigir. A exigência do seguimento não é grande… É dar a própria vida, se for preciso! A regra não deveria ser essa? A gente não costuma dizer que “amor com amor se paga”? - Será que é possível retribuir a uma forma de amor tão imensa?
Pedro ainda não havia entendido que o Messias não veio até nós para realizar um plano de poder e grandeza. Ele veio para nos ensinar os caminhos do amor. Amar significa esquecer um pouco de si mesmo por causa do outro. Num mundo onde o indivíduo é colocado o tempo todo em evidência é difícil falar de compromisso com o próximo. A cultura do “self” talvez retrate bem a nossa realidade. Eu só faço a foto do grupo e eu mesmo aparecer em primeiro plano...
Tudo aconteceu numa bela manhã de setembro. O setembro e a manhã ficam por minha conta. Após falar aos discípulos o que teria de enfrentar em Jerusalém Jesus ficou incomodado com a reação de Pedro. Sabendo que Jesus estava indo para um ninho de cobras Pedro tentou, em vão, desviá-lo de rota: - Que isso nunca lhe aconteça, Senhor… Só se passarem por cima de meu cadáver! Jesus então disse: - Vá de retro, Satanás! Numa tradução melhor teria dito: - Vá atrás de mim!
Há uma grande diferença entre ir adiante ou ir atrás. Quem vai adiante é o guia. Quem vai atrás é o discípulo. Pedro será o guia somente mais tarde. O guia não pode ser cego. Caso contrário, cairá no buraco junto com o discípulo. Jesus andou chamando os fariseus e mestres da lei de guias cegos… Isso deve ter doido demais para quem via essa função como ostentação! Colocando os pingos nos “is” Jesus é o guia que irá cumprir todo o plano do Pai. Por isso, não fugirá da cruz. A cruz é a consequência do amor sem limites. Olhando para a cruz podemos ver um Deus que esqueceu de si mesmo e se entregou totalmente a nós. O que mais Ele poderia ter feito para mostrar-nos o quanto nos ama? Poderemos reformular a mesma pergunta para chegar às mesmas respostas: - É possível amar de verdade, sem enfrentar alguma forma de sofrimento? - O amor, necessariamente não envolve renúncias e alguns sacrifícios?
A bronca de Jesus fazia sentido. Não era hora de Pedro interditar sua caminhada. É bom lembrar que o diabo já havia tentado isso no deserto. Pedro deveria ir treinando para colocar o seu pé no rastro de Jesus. Isso ele o fará com louvor na hora certa. Por ora, era preciso ouvir e aprender do mestre.
Em alguma medida todos somos parecidos com São Pedro. Queremos ajustar a religião às nossas medidas. Ainda hoje é grande a tentação de buscar um Jesus adocicado que distribui sorrisos e afagos sem nada exigir. A exigência do seguimento não é grande… É dar a própria vida, se for preciso! A regra não deveria ser essa? A gente não costuma dizer que “amor com amor se paga”? - Será que é possível retribuir a uma forma de amor tão imensa?
Pedro ainda não havia entendido que o Messias não veio até nós para realizar um plano de poder e grandeza. Ele veio para nos ensinar os caminhos do amor. Amar significa esquecer um pouco de si mesmo por causa do outro. Num mundo onde o indivíduo é colocado o tempo todo em evidência é difícil falar de compromisso com o próximo. A cultura do “self” talvez retrate bem a nossa realidade. Eu só faço a foto do grupo e eu mesmo aparecer em primeiro plano...
..."Num mundo onde o indivíduo é colocado o tempo todo em evidência é difícil falar de compromisso com o próximo."..
ResponderExcluirParabéns pela reflexão!