A CRUZ
Sempre gostei da Cruz. Nasci numa comunidade rural que ficava longe da Igreja. Então, boa parte de minha fé, foi alimentada aos pés d...
https://ggpadre.blogspot.com/2017/11/a-cruz.html?m=0
No Brasil, o cruzeiro abriu os caminhos para o Evangelho. Assim, que Pedro Álvares Cabral, navegante português, pisou em solo brasileiro plantou nele uma cruz em torno da qual foi celebrada a primeira missa. A nova terra foi chamada de Ilha de Vera Cruz e em seguida de “Terra de Santa Cruz”. Às vezes, sou tentado a pensar que se o Brasil tivesse continuado com esse nome sua história teria sido bem mais bonita...
Atualmente, trabalho em muitas comunidades onde exerço meu papel de líder religioso. Vejo que tais comunidades têm dificuldades em edificar suas capelas. Mas, sinalizam com uma cruz o local da futura construção. Em torno da cruz começam os momentos de oração e fortalecem os vínculos comunitários. A cruz parece abraçar aquela “criança recém nascida” e guiá-la no caminho do crescimento.
Antigamente, quando parecia haver mais respeito pelo sagrado e pela vida humana que também é sagrada, quando uma pessoa morria o local de sua morte era sinalizado com uma cruzinha. Mas, os acidentes nas rodovias cresceram tanto, com a modernização que, se esse hábito continuasse nossas rodovias seriam verdadeiros cemitérios... Era bonito o costume de tirar o chapéu ao passar perto de uma cruzinha dessas. A gente se lembrava que naquele local alguém deu o último suspiro. Rezava por aquele irmão e o colocava, carinhosamente, nos braços de Jesus. Hoje, a morte fica disfarçada entre flores e homenagens. Existem verdadeiras empresas funerárias. São capazes de colocar um sorriso largo no rosto do falecido. Credo!
Tenho profundo respeito pela Santa Cruz. Ainda não perdi o costume simples de “aguar o cruzeiro” para pedir chuvas. Não creio que isso seja mera superstição, pois da Cruz de Cristo pode cair sempre uma chuva de graças sobre o devoto. Quem faz chover as graças pode também fazer as chuvas! A Cruz de Cristo é sinal de salvação. Ela me lembra até onde o meu Deus foi capaz de chegar por amor. Na cruz Ele pagou, antecipadamente, o preço de meus pecados.
Por isso, termino esse texto com o sinal da cruz e peço a você que faça o mesmo. Amém.
Imagem de Greg Montani por Pixabay
Padre Geraldo Gabriel,gostei o senhor fez eu voltar no tempo também, obrigado.
ResponderExcluirRelenbrei quando era criança ia molhar o pé de Santa Cruz lindas palavras padre bom dia para você é a lora 😘
ResponderExcluirBacana a Cruz símbolo do Amor de Deus por nós
ResponderExcluirGosto de olhar para a cruz e lembrar do tamanho amor que Jesus tem por nós
ResponderExcluirDe todo comentários pra mim e passar perto ou de frente e revinciar com o sinal da Cruz com fé e faço se constrangimento nenhum
ResponderExcluirGostei muito!
ResponderExcluirQue Maravilha...Meu sobrenome é Cruz, da minha família inteira. Um sobrenome cuidadosamente escolhido, dada a importância dele em nossa vida...Padre , as palavras do Senhor nos trouxeram lindas memórias afetivas, fortalecimento de vínculos familiares e comunitários...Feliz daquele que teve - também - uma história assim...O Senhor não acredita, meu Pai faleceu há uma média de 20 anos..Essa linda mensagem tem muito dele...Moramos no Bairro São José, antes na Tabatinga, da minha casa se via a Serra das Torres, ele dizia, para ficar mais bonito, deveria ter ali uma Cruz,.Não é que o Prefeito da Época, na época podia, o Sinésio Mendonça mandou colocar um Cruzeiro bem lá no alto, assim passamos a fazer nossas penitências,fazendo o caminho dessa Cruz. Depois a CEMIG deu outro significado para o espaço, misturou o Cruzeiro à rede elétrica, fecharam-na com cadeado...Bem distante da gente, mas a memória da Cruz e Ele permanecem vivos entre nós. E um outro momento memorável da Cruz em nossas vida, em família, foi quando meu pai comprou um sítio no povoado de Tavares, antes de qualquer construção e ou reforma, mandou organizar uma área com bancos, uma capelinha de Nossa Senhora e pediram colocar um Cruzeiro grandão, a gente o avistava na chegada, em torno do qual a gente se reunia sempre que íamos lá, lugar Sagrado de nossas rezas ao entardecer...Meu pai, em sua infinita Sabedoria , já no seu sobrenome, sabia que aquela Cruz nos protegia, unia e fortalecia nossos vínculos...Uma verdadeira Graça para nós...Assim, meu amigo Padre Geraldo Gabriel, eu lhe agradeço por trazer e manter viva a nossa memória afetiva, mediada pela Cruz. Deus lhe pague pelas lindas palavras. Abraços de Dona Geralda Cruz, Rosária Cruz Sônia Cruz, Connceição Cruz, Raimundo Cruz e o resto do Cruzeiro daqui de casa...
ResponderExcluirÉ verdade, ao pé da Cruz ocorriam os grandes encontros familiarese. Vovô Nico e vovo Cornelha eram os devotos anfitriões. A nossa familia vivenciou muito esses eventos de partilha e oração. Eu era criança e ficava impressionada com tanta gente que aparecia, vinham pessoas de todo o canto, da região e também os que nao eram da regiao. O mais bonito era o eco daquelas vozes todas em oracao. Na voz da minha avó Cornelha tambem ecoava a ordem final que por meio de uma música cadenciada cantava assim: Chegai pecador bejai o pé da cruz! E nós ainda crianças nos divertiamos com a fila de gente em caracóis,pois sabíamos que ao fim daquele ritual o que seguia eram brincadeiras de crianças e as deliciosas comilanças. Mas a Cruz ali, ano a ano, firme e irta aguardava o sinal de reverência e oração fruto da devoção trazida no peito daqueles que com o Pai já estão. E os cruzeiros? Ah os cruzeiros... Em tempos modernos quando o nosso olhar espicha p o além ,para a serra, para o monte, o que se vê são luzeiros espalhados,tambem sinal de gente por todo lado. Tudo muito iluminado, mas nem tantas luzes juntas tem o potencial radiante e apaziguante que um único Cruzeiro luzia fosse noite ou fosse dia.
ResponderExcluirSempre faço o sinal da Cruz em frente a igreja, um Cruzeiro ou uma gruta🙏🙏😚
ResponderExcluirAo pé da Cruz na fazenda da Mata da Juliana ocorria anualmente um dos maiores encontros familiares. A nossa família vivenciou fervorosamente esses eventos de partilha e oração.Vovô Nico e vovó Cornelha eram os devotos anfitriões. Eu ainda era criança e já ficava impressionada com tanta gente que aparecia, vinham pessoas de todo o canto, da região e também os que não eram da região. O mais bonito acreditem, era o eco daquelas vozes entoando oração, ora em reza, ora em cadenciadas canções. Quando derrepente, da voz rouca da avó Cornelha, ecoava o canto final que por meio de um único refrão o ato de fé era ordenado: Chegai pecador bejai o pé da cruz! Um a um, a ordem se cumpria.
ResponderExcluirPara nós, a criançada, era a hora mais abençoada! A fila de gente em caracóis que demorava tambem divertia e espertamente sabíamos que depois daquele ritual o que seguia era legal: brincadeiras de crianças e as deliciosas comilanças.
Ano a ano, a Cruz ali fincada ficava. Firme e irta aguardava o rito alto de reverência e oração, fruto indelével da fé e devoção, cravada no peito dos devotos que com o Pai já estão.
E os Cruzeiros? Ah os altos Cruzeiros...
Em tempos modernos, quando o nosso olhar ora se espicha, para o além, para a serra, para o monte, o que se vê são luzeiros espalhados, também sinal de gente por todo lado. Tudo muito iluminado, mas nem tantas luzes juntas tem o potencial radiante e apaziguante que um único Cruzeiro luzia fosse noite ou fosse dia.
A Cruz de Cristo é sinal de salvação. Ela me lembra até onde o meu Deus foi capaz de chegar por amor.
ResponderExcluir