“Um país se faz com homens e livros”. Essa frase de Monteiro Lobato, pelo visto, faz a gente pensar muito sobre a importância dos livros em nossas vidas e na vida de um povo. Existem livros que gastaram centenas de anos para serem escritos. A Bíblia, por exemplo, é um deles. Muitos não têm coragem de encarar sua leitura. É uma pena! Sua leitura já mudou muitas vidas pelo mundo...
Hoje quero falar de um livro, ainda maior do que a Bíblia, pelo menos em tamanho. Trata-se de um clássico indiano, chamado “O Mahabharata”. O conteúdo de O Mahabharata é cerca de quinze vezes mais longo que o conteúdo da Bíblia. Atribuído a Vyasa, o texto gastou cerca de 800 anos para ser escrito! Começou a ser escrito por volta do Séc IV a. C e sua redação prosseguiu durante 700 a 800 anos. Hoje, sabe-se, que a obra foi o resultado de uma composição coletiva, assim, como a Bíblia. Mahabharata e Ramayana são dois clássicos da literatura indiana. Há um ditado na Índia, segundo o qual, “tudo o que existe no mundo está descrito no Mahabharata, e se não está no Mahabharata, não existe em lugar algum”.
O Mahabharata conta a história da formação de um povo, ou seja, dos descendentes do Bharata, um suposto ancestral comum a partir do qual gerou a grande civilização indiana. Ele é uma verdadeira enciclopédia com dezoito livros e duzentos mil versos. Maha, em sânscrito = grande. Bharata = ancestral dos bharatas, ou seja, do povo indiano. O “poema” é uma narrativa que contém centenas de outras histórias dentro dele. No texto, se observa a luta de dois povos, que são primos, para conquistar o poder: os Pândavas e os Káuravas. O grupo do Pândavas era formado por cinco irmãos. Eles representam o lado luminoso da guerra. Os Káuravas são formados por cem irmãos e representam o lado sombrio da luta. Essa briga de família, começa e se desenvolve, tendo em vista o império do mundo termina num grande combate que põe em jogo a sorte de todo o cosmo. Os deuses não permanecem indiferentes. Eles entram na guerra ora de um lado ou de outro, o que complica mais ainda a situação. O Mahabharata tem dezesseis personagens principais e cada um com caráter bem determinado.
Há uma parte do Mahabharata, bastante conhecida no Ocidente, sobretudo, em alguns grupos religiosos e esotéricos. Trata-se do Bhagavad Gita. Gita, do sânscrito = canção. Bhagava ou Bhagavan = Deus Krishna. Bhagavad Gita, portanto, é o canto do senhor. Senhor, no caso, é Krishna.
Krishna é o deus condutor da carruagem de Arjuna, o líder dos Pândavas. Arjuna escolheu Krishna para ajudá-lo na guerra contra o exército do próprio Krishna. Antes de iniciar a guerra Arjuna questiona a validade de tudo aquilo. Na verdade, teria que fazer uma guerra contra seus próprios parentes. Hesitante, foi orientado por Krishna a não fugir de seu destino. Em dezoito capítulos, no livro seis de, O Mahabharata, esse diálogo nos é mostrado. Nessa parte do texto aparece grande parte da filosofia indiana com seus conceitos. Khisna mostra para Arjuna que quem morre, na verdade não morre, e quem mata, na verdade não mata, pois na vida não há um ponto final e sim apenas outra maneira de viver. Na filosofia indiana há uma Lei Univesal, o Dharma, da qual ninguém, nem mesmo os deuses, pode fugir. O Dharma é a lei que rege a ordem secreta e pessoal que cada um traz em si e à qual é preciso obedecer. Respeitar o Dharma é garantir uma ordem cósmica. A guerra, que num primeiro momento, parecia injusta, na verdade, nada mais era que um cumprimento do Dharma. Essa parte do Mahabharata que antecede a guerra e mostra o diálogo entre Krisha e Arjuna forma o Bhagavad Gita.
Para alguns estudiosos do assunto, O Mahabharata, nasceu a partir de uma fonte histórica. Pensam que sua origem remonta a 3.200 a. C, na batalha de Kurukshetra. Outros põem o início dessa narrativa nas diversas batalhas que dividiram dravidianos e arianos durante o segundo milênio antes de Cristo. Outros ainda ignoram tudo isso e insistem nos aspectos míticos do poema. Ao que parece na obra se junta tudo isso: o histórico e o místico. Seja como for, O Mahabharata está aí e pode nos ajudara muito na compreensão da cultura de um povo bem diferente dos povos ocidentais. Apesar de esse épico indiano ter chegado, tardiamente, no ocidente (Séc XVIII) e ainda ser desconhecido entre nós, vale a pena conhecê-lo melhor, pois vivemos num mundo cada vez mais globalizado com possibilidade de diálogo entre os povos.
Hoje quero falar de um livro, ainda maior do que a Bíblia, pelo menos em tamanho. Trata-se de um clássico indiano, chamado “O Mahabharata”. O conteúdo de O Mahabharata é cerca de quinze vezes mais longo que o conteúdo da Bíblia. Atribuído a Vyasa, o texto gastou cerca de 800 anos para ser escrito! Começou a ser escrito por volta do Séc IV a. C e sua redação prosseguiu durante 700 a 800 anos. Hoje, sabe-se, que a obra foi o resultado de uma composição coletiva, assim, como a Bíblia. Mahabharata e Ramayana são dois clássicos da literatura indiana. Há um ditado na Índia, segundo o qual, “tudo o que existe no mundo está descrito no Mahabharata, e se não está no Mahabharata, não existe em lugar algum”.
O Mahabharata conta a história da formação de um povo, ou seja, dos descendentes do Bharata, um suposto ancestral comum a partir do qual gerou a grande civilização indiana. Ele é uma verdadeira enciclopédia com dezoito livros e duzentos mil versos. Maha, em sânscrito = grande. Bharata = ancestral dos bharatas, ou seja, do povo indiano. O “poema” é uma narrativa que contém centenas de outras histórias dentro dele. No texto, se observa a luta de dois povos, que são primos, para conquistar o poder: os Pândavas e os Káuravas. O grupo do Pândavas era formado por cinco irmãos. Eles representam o lado luminoso da guerra. Os Káuravas são formados por cem irmãos e representam o lado sombrio da luta. Essa briga de família, começa e se desenvolve, tendo em vista o império do mundo termina num grande combate que põe em jogo a sorte de todo o cosmo. Os deuses não permanecem indiferentes. Eles entram na guerra ora de um lado ou de outro, o que complica mais ainda a situação. O Mahabharata tem dezesseis personagens principais e cada um com caráter bem determinado.
Há uma parte do Mahabharata, bastante conhecida no Ocidente, sobretudo, em alguns grupos religiosos e esotéricos. Trata-se do Bhagavad Gita. Gita, do sânscrito = canção. Bhagava ou Bhagavan = Deus Krishna. Bhagavad Gita, portanto, é o canto do senhor. Senhor, no caso, é Krishna.
Krishna é o deus condutor da carruagem de Arjuna, o líder dos Pândavas. Arjuna escolheu Krishna para ajudá-lo na guerra contra o exército do próprio Krishna. Antes de iniciar a guerra Arjuna questiona a validade de tudo aquilo. Na verdade, teria que fazer uma guerra contra seus próprios parentes. Hesitante, foi orientado por Krishna a não fugir de seu destino. Em dezoito capítulos, no livro seis de, O Mahabharata, esse diálogo nos é mostrado. Nessa parte do texto aparece grande parte da filosofia indiana com seus conceitos. Khisna mostra para Arjuna que quem morre, na verdade não morre, e quem mata, na verdade não mata, pois na vida não há um ponto final e sim apenas outra maneira de viver. Na filosofia indiana há uma Lei Univesal, o Dharma, da qual ninguém, nem mesmo os deuses, pode fugir. O Dharma é a lei que rege a ordem secreta e pessoal que cada um traz em si e à qual é preciso obedecer. Respeitar o Dharma é garantir uma ordem cósmica. A guerra, que num primeiro momento, parecia injusta, na verdade, nada mais era que um cumprimento do Dharma. Essa parte do Mahabharata que antecede a guerra e mostra o diálogo entre Krisha e Arjuna forma o Bhagavad Gita.
Para alguns estudiosos do assunto, O Mahabharata, nasceu a partir de uma fonte histórica. Pensam que sua origem remonta a 3.200 a. C, na batalha de Kurukshetra. Outros põem o início dessa narrativa nas diversas batalhas que dividiram dravidianos e arianos durante o segundo milênio antes de Cristo. Outros ainda ignoram tudo isso e insistem nos aspectos míticos do poema. Ao que parece na obra se junta tudo isso: o histórico e o místico. Seja como for, O Mahabharata está aí e pode nos ajudara muito na compreensão da cultura de um povo bem diferente dos povos ocidentais. Apesar de esse épico indiano ter chegado, tardiamente, no ocidente (Séc XVIII) e ainda ser desconhecido entre nós, vale a pena conhecê-lo melhor, pois vivemos num mundo cada vez mais globalizado com possibilidade de diálogo entre os povos.
Ótimo material, de grande valia para mim.
ResponderExcluirMe auxiliou muito.