Jesus e a “gentalha”
O Programa de TV mexicano, chamado “Chaves” mostra um personagem que ao ver seus interesses contrariados ataca o menino pobre chamando-o ...
https://ggpadre.blogspot.com/2018/07/jesus-e-gentalha.html?m=0
O Programa de TV mexicano, chamado “Chaves” mostra um personagem que ao ver seus interesses contrariados ataca o menino pobre chamando-o de “gentalha”. Gentalha nesse caso é todo aquele que não pertence ao clube dos ricos, à “sociedade de bem”, ou à irmandade dos puros... É a ralé, a gentinha do povo.
Ao que parece, era assim que os fariseus, no tempo de Jesus, consideravam diversos grupos como os cobradores de impostos, por exemplo. Então, podemos imaginar o tamanho do escândalo provocado por Jesus ao chamar Mateus que era um cobrador de impostos para segui-lo. Deve ter causado arrepio aos puritanos o fato de Jesus ter ido, em seguida, tomar refeições na casa de Mateus. Os fiscais da boa conduta não deixaram barato e levantaram uma porção de questionamentos. Como é que pode? Logo ele que se diz profeta agora se mistura com essa gentalha... De acordo com a lógica desses fariseus era melhor manter-se afastado da ralé para servir a Deus. Os servidores ideais formavam um clube de iluminados, uma elite devota...
Infelizmente, ainda hoje, podemos perceber esse farisaísmo na sociedade. Alguns preferem o “zelo pelo culto” ao risco de se enlamear-se nas estradas. Esquecem o que disse o Papa Francisco: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, do que uma Igreja enferma pela oclusão e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (Evangelii Gaudium, 49). Aliás, para os fariseus de hoje, nem mesmo o Papa Francisco é modelo ideal de Papa. Como entender um Papa que se mistura aos imigrantes, moradores de rua e crianças abandonadas? Melhor seria que ele ficasse no palácio e reduzisse seus trabalhos em fiscalizar as boas condutas... Ainda defendem bispos com caras de príncipes e fregueses de aeroportos.
Jesus não chama seus seguidores pelas suas virtudes. Os apóstolos eram pessoas com virtudes e limites. O critério para o chamado é de Deus. Ninguém melhor do que ele conhece suas criaturas. Os chamados, cada um, a seu modo, contribuíram com o crescimento do Reino de Deus. O Apóstolo Paulo confessou, diversas vezes, suas fraquezas. No entanto, quanto bem ele fez à evangelização! De acordo com os critérios humanos talvez ele nunca fosse chamado, até porque era adversário da Igreja. Mas, Jesus chama quem ele quer sem pedir licença a ninguém. Mateus, mesmo sendo considerado “gentalha” deixou-nos uma imensa contribuição com o seu Evangelho.
A postura de Jesus deve ser o modelo para a nossa. Ele veio, principalmente, para os últimos da fila. Quanto mais próxima aos excluídos mais perto de Jesus a Igreja estará. Quanto mais seletiva e elitizada mais distante estará do seu exemplo. Misturar-se com a “gentalha” ainda hoje tem um preço. É sempre mais agradável ficar ao lado da “gente de bem”, que nos aplaude e nos aprova, sobretudo , quando nos portamos como reprodutores de um modelo de sociedade onde uns tem de tudo e a grande maioria das pessoas devem se contentar com as migalhas que caem das mesas de alguns. Deus me livre dessa hipocrisia!
Ao que parece, era assim que os fariseus, no tempo de Jesus, consideravam diversos grupos como os cobradores de impostos, por exemplo. Então, podemos imaginar o tamanho do escândalo provocado por Jesus ao chamar Mateus que era um cobrador de impostos para segui-lo. Deve ter causado arrepio aos puritanos o fato de Jesus ter ido, em seguida, tomar refeições na casa de Mateus. Os fiscais da boa conduta não deixaram barato e levantaram uma porção de questionamentos. Como é que pode? Logo ele que se diz profeta agora se mistura com essa gentalha... De acordo com a lógica desses fariseus era melhor manter-se afastado da ralé para servir a Deus. Os servidores ideais formavam um clube de iluminados, uma elite devota...
Infelizmente, ainda hoje, podemos perceber esse farisaísmo na sociedade. Alguns preferem o “zelo pelo culto” ao risco de se enlamear-se nas estradas. Esquecem o que disse o Papa Francisco: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, do que uma Igreja enferma pela oclusão e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (Evangelii Gaudium, 49). Aliás, para os fariseus de hoje, nem mesmo o Papa Francisco é modelo ideal de Papa. Como entender um Papa que se mistura aos imigrantes, moradores de rua e crianças abandonadas? Melhor seria que ele ficasse no palácio e reduzisse seus trabalhos em fiscalizar as boas condutas... Ainda defendem bispos com caras de príncipes e fregueses de aeroportos.
Jesus não chama seus seguidores pelas suas virtudes. Os apóstolos eram pessoas com virtudes e limites. O critério para o chamado é de Deus. Ninguém melhor do que ele conhece suas criaturas. Os chamados, cada um, a seu modo, contribuíram com o crescimento do Reino de Deus. O Apóstolo Paulo confessou, diversas vezes, suas fraquezas. No entanto, quanto bem ele fez à evangelização! De acordo com os critérios humanos talvez ele nunca fosse chamado, até porque era adversário da Igreja. Mas, Jesus chama quem ele quer sem pedir licença a ninguém. Mateus, mesmo sendo considerado “gentalha” deixou-nos uma imensa contribuição com o seu Evangelho.
A postura de Jesus deve ser o modelo para a nossa. Ele veio, principalmente, para os últimos da fila. Quanto mais próxima aos excluídos mais perto de Jesus a Igreja estará. Quanto mais seletiva e elitizada mais distante estará do seu exemplo. Misturar-se com a “gentalha” ainda hoje tem um preço. É sempre mais agradável ficar ao lado da “gente de bem”, que nos aplaude e nos aprova, sobretudo , quando nos portamos como reprodutores de um modelo de sociedade onde uns tem de tudo e a grande maioria das pessoas devem se contentar com as migalhas que caem das mesas de alguns. Deus me livre dessa hipocrisia!