A messe é grande
O Papa Francisco tem falado, com insistência, da necessidade da missão. Quer uma Igreja em saída e não uma Igreja acomodada. Não quer b...
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O Papa Francisco tem falado, com insistência, da necessidade da missão. Quer uma Igreja em saída e não uma Igreja acomodada. Não quer bispos com cara de príncipes... Deseja pastores que tenham o cheiro das ovelhas. Afirmou, certa vez, que um dos grandes problemas de hoje é que perdemos a capacidade de chorar e nos sensibilizar com a situação dos sofredores... Pois é. Todas essas falas do Papa me vieram ao coração ao refletir sobre o Evangelho de hoje (Mt 9, 32-38).
Ao ver o povo desamparado, em seu tempo, Jesus é tocado por um sentimento de compaixão: “Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não tem pastor...” O que Jesus diria da realidade de nosso tempo? Volta e meia somos informados que pessoas morreram por falta de atendimento médico; famílias inteiras sofrendo as consequências do desemprego; idosos e crianças penalizados por falta de assistência...
Jesus continua a ser o mesmo. Os problemas sociais não são mais os mesmos. Infelizmente, aumentaram bastante, ao que parece. Ao ver aquela realidade Jesus encheu-se de compaixão. Compaixão é, exatamente, o que nos falta quando sobra-nos, a indiferença. E hoje, a indiferença parece ser globalizada. É uma realidade no mundo inteiro! Para além de qualquer plano de pastoral ou suposto zelo litúrgico, o que mais necessitamos parece ser: - Caridade! Precisamos de novos Vicentes de Paulo, Terezas de Calcutá e tantos outros que entenderam bem a mensagem cristã.
No mesmo texto bíblico citado acima, podemos perceber dois comportamentos diferentes após Jesus ter curado cegos e mudos. As multidões ficaram maravilhadas e perceberam, nos milagres, um sinal do céu. Os fariseus, enciumados, acusaram Jesus de ser o chefe dos demônios. Que tristeza! Logo quem pretendia guiar o povo, não conseguiu ver os sinais do céu presente nos gestos de Jesus. Jesus não queria guiar as ovelhas para o abismo e sim para o abrigo.
Ao ver a urgência da missão, Jesus disse aos discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita”! Veja bem, Jesus não nos orientou a fazer um plano de marketing para recrutar colaboradores. Pede que dobremos os joelhos diante do dono da colheita. Afinal, a lavoura é dele e não nossa. Esse pedido de Jesus é fácil de atender. Basta tirar um tempinho para rezar nesse sentido. Rezemos, portanto, para que Deus chame novos e santos pastores para o seu povo. Precisamos de pastores que tenham misericórdia e compaixão. Estrelismos e carreirismos em nada ajudam. A colheita exige muitos braços mas, não braços cruzados e sim estendidos. Há frutos a serem colhidos para Deus. A multidão continua cansada e abatida. Ainda bem que Jesus continua a nos enviar-nos bons e santos pastores. O Papa Francisco é exemplo disso.
Hoje em dia, temos muitos padres com vocacao para administração, do que missão.
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