Não tenho nada contra ele. Pelo contrário, somos muito amigos. Mas, uma coisa eu prometo para você: - Nunca mais vou lhe mostrar meus exames médicos. Estou falando de Jeremias. Prefiro tratá-lo assim, para preservar seu verdadeiro nome. Vai que ele anda de conluio com alguma funerária...
Pois é. Tudo aconteceu na fatídica manhã de hoje. Tirei meus exames pela internet e para ver se as coisas andavam bem dei logo, uma olhadela. Nada entendi como de costume. As palavrinhas mexiam-se diante de meus olhos parecendo me dizer alguma coisa: creatinina, ureia, fistófoles, ou coisa parecida. Acho que até me confundi um pouco misturando um desses nomes com o nome de algum filósofo antigo. Foi então que me apareceu Jeremias. Jeremias entende um pouco de quase tudo. Conserta submarino, hélice de helicópteros, sabe receita de bolos e tira bicho de pé como ninguém... Já o conheço desde a época em que era frequentador da roda de capoeira, na Vila Sinhô. Aliás, só deixou esse esporte/jogo porque ficou com a creatinina alterada. Creatinina ou colesterol? Já não me lembro. Mas, isso não vem ao caso. De qualquer maneira ficou acima do peso.
Enquanto, na minha agonia, procurava entender quantos dias de vida me restavam, Jeremias entrou em minha sala feito rajada de vento. Um zéfiro, assustador, eu diria. Pediu permissão para ver os exames e se abandonou na poltrona. Ajeitou os óculos e incorporou o espírito de Cassandra. Foi logo dizendo: - Suas plaquetas estão baixas! Isso não é bom sinal. A má notícia começou a me entristecer. Mas, isso não foi nada. O resto viria depois. Em menos de um minuto ele constatou uma mancha no meu pulmão, uma fratura na vértebra esquerda e o coração inchado. Perguntou-me se eu era casado e se já tinha testamento. Faltou chamar o padre para a última unção.
Passado o susto inicial, a taquicardia e a sensação da proximidade do fim, soprou uma brisa fresca naquele recinto de morte. Tudo mudou com a chegada de Rui, outro amigo, cujo nome de verdade, também preservo. Coincidentemente, ou não. Com ele acontecera a mesma coisa. Em tempos idos também “consultou” Jeremias, que entendia um pouco de quase tudo. No caso específico, estava com um desgaste no joelho. Na ocasião, Jeremias chegou a profetizar que ele teria de amputar a perna. Em seu caso a profecia foi mais devastadora. Amputar a perna era tudo o que ele não esperava. Afinal, gostava de uma partida de futebol de várzea. Felizmente, naquele caso, Jeremias se equivocou. A perna do Rui, hoje nada tem, além dos naturais defeitos de fábrica...
Depois de tomar pé daquela situação, parecida com a minha, fiquei mais tranquilo. Relativizei o diagnóstico de Jeremias. Espero que mais uma vez, ele esteja equivocado. Mas, de qualquer maneira é melhor não subestimar sua intuição. Nesse quesito ele é demais! É capaz de fazer, sem margem de erro, a previsão do tempo para o final de 2025. Vejam se ele não “é o cara”! Sua mãe, a quem tenho a felicidade de conhecer, já dizia que o “seu menino” não era normal. Certa vez, apenas para facilitar o corte do cabelo, chegou a colar chiclete nos cachinhos. Isso é ou não coisa de gênio? A coisa só não foi perfeita porque ele colocou a massa bem na raiz do cabelo. Então, seu velho pai, outra figura genial, teve que raspar aquelas localidades. Por certo tempo ele andou com a cabeça toda modificada! Olhando de longe, em algumas partes de sua cabeça, o raspão se destacava bastante; a forma circular de cada raspão lembrava um campo de pouso para helicópteros. Com o tempo o cabelo voltou ao normal. Mas, quanto à cabeça, tenho minhas dúvidas... Jeremias é assim. Foi assim que Deus o fez. Será para sempre um destaque. Entende um pouco de quase tudo. Caso você tenha algum exame e não esteja sabendo analisá-lo pode procurar por ele. Mas, verifique primeiro suas frequências cardíacas. Afinal, prudência e caldo de galinha não fazem mal para ninguém. Talvez haja restrições apenas quanto ao caldo. Nesse caso, vou consultar Jeremias outra vez. Mas, só nesse caso!
Pois é. Tudo aconteceu na fatídica manhã de hoje. Tirei meus exames pela internet e para ver se as coisas andavam bem dei logo, uma olhadela. Nada entendi como de costume. As palavrinhas mexiam-se diante de meus olhos parecendo me dizer alguma coisa: creatinina, ureia, fistófoles, ou coisa parecida. Acho que até me confundi um pouco misturando um desses nomes com o nome de algum filósofo antigo. Foi então que me apareceu Jeremias. Jeremias entende um pouco de quase tudo. Conserta submarino, hélice de helicópteros, sabe receita de bolos e tira bicho de pé como ninguém... Já o conheço desde a época em que era frequentador da roda de capoeira, na Vila Sinhô. Aliás, só deixou esse esporte/jogo porque ficou com a creatinina alterada. Creatinina ou colesterol? Já não me lembro. Mas, isso não vem ao caso. De qualquer maneira ficou acima do peso.
Enquanto, na minha agonia, procurava entender quantos dias de vida me restavam, Jeremias entrou em minha sala feito rajada de vento. Um zéfiro, assustador, eu diria. Pediu permissão para ver os exames e se abandonou na poltrona. Ajeitou os óculos e incorporou o espírito de Cassandra. Foi logo dizendo: - Suas plaquetas estão baixas! Isso não é bom sinal. A má notícia começou a me entristecer. Mas, isso não foi nada. O resto viria depois. Em menos de um minuto ele constatou uma mancha no meu pulmão, uma fratura na vértebra esquerda e o coração inchado. Perguntou-me se eu era casado e se já tinha testamento. Faltou chamar o padre para a última unção.
Passado o susto inicial, a taquicardia e a sensação da proximidade do fim, soprou uma brisa fresca naquele recinto de morte. Tudo mudou com a chegada de Rui, outro amigo, cujo nome de verdade, também preservo. Coincidentemente, ou não. Com ele acontecera a mesma coisa. Em tempos idos também “consultou” Jeremias, que entendia um pouco de quase tudo. No caso específico, estava com um desgaste no joelho. Na ocasião, Jeremias chegou a profetizar que ele teria de amputar a perna. Em seu caso a profecia foi mais devastadora. Amputar a perna era tudo o que ele não esperava. Afinal, gostava de uma partida de futebol de várzea. Felizmente, naquele caso, Jeremias se equivocou. A perna do Rui, hoje nada tem, além dos naturais defeitos de fábrica...
Depois de tomar pé daquela situação, parecida com a minha, fiquei mais tranquilo. Relativizei o diagnóstico de Jeremias. Espero que mais uma vez, ele esteja equivocado. Mas, de qualquer maneira é melhor não subestimar sua intuição. Nesse quesito ele é demais! É capaz de fazer, sem margem de erro, a previsão do tempo para o final de 2025. Vejam se ele não “é o cara”! Sua mãe, a quem tenho a felicidade de conhecer, já dizia que o “seu menino” não era normal. Certa vez, apenas para facilitar o corte do cabelo, chegou a colar chiclete nos cachinhos. Isso é ou não coisa de gênio? A coisa só não foi perfeita porque ele colocou a massa bem na raiz do cabelo. Então, seu velho pai, outra figura genial, teve que raspar aquelas localidades. Por certo tempo ele andou com a cabeça toda modificada! Olhando de longe, em algumas partes de sua cabeça, o raspão se destacava bastante; a forma circular de cada raspão lembrava um campo de pouso para helicópteros. Com o tempo o cabelo voltou ao normal. Mas, quanto à cabeça, tenho minhas dúvidas... Jeremias é assim. Foi assim que Deus o fez. Será para sempre um destaque. Entende um pouco de quase tudo. Caso você tenha algum exame e não esteja sabendo analisá-lo pode procurar por ele. Mas, verifique primeiro suas frequências cardíacas. Afinal, prudência e caldo de galinha não fazem mal para ninguém. Talvez haja restrições apenas quanto ao caldo. Nesse caso, vou consultar Jeremias outra vez. Mas, só nesse caso!
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