A liturgia do dia 26 de dezembro “quebra as pernas” do nosso
otimismo do dia anterior, ou seja, o dia do natal. Se aquele foi marcado pela
alegria de um nascimento esse é marcado por uma sentença de morte. Morre um
inocente logo após o nascimento de outro. E os dois acontecimentos, por mais
paradoxais que sejam estão intimamente ligados. Cristo nasceu para Estevão e Estevão
morreu por Cristo. Simples assim! Não. Nada é simples quando falamos de
perseguições e morte...
Não é difícil entender a ligação entre a morte de Estevão e o
nascimento de Cristo. É que diante desse Divino Infante, as pessoas são
convidadas a mudarem de vida. Esse Menino que veio do céu transformou a vida de
muita gente. O que antes fazia sentido para Estevão passou a não fazer mais depois
que ele conheceu Jesus de perto. Descendo à terra e vindo morar no meio de nós,
Jesus nos ensinou novos caminhos e um novo jeito de viver. Esse caminho é
marcado pela verdade, pelo despojamento, simplicidade e perdão. E quem falou
que o mundo valoriza coisas desse tipo?
O mundo cultua as aparências e as mentiras. Coloca o
materialismo em primeiro lugar e sacrifica qualquer valor no altar das
riquezas. Esforça-se para substituir o Menino Jesus pelo Papai Noel e como se
isso não fosse o bastante, criou até uma figura esquisita chamada “Mamãe Noel”...
Todas essas figuras não valorizam o humano e sim o consumismo desenfreado. Quem
anda bem nesse carrinho não consegue andar no caminho ensinado por Cristo. Este
é marcado pelo esvaziamento de si mesmo e pela relativização de tudo o que é
puramente material.
Há um casamento impossível de ser realizado: Quem abraça o
mundo não se dá bem com Deus e quem se dá bem com Deus rejeita a lógica do
mundo. Estevão se deu bem com Deus. Por isso, acabou sendo assassinado pelo
mundo assim como aconteceu com Jesus. Ele foi a primeira testemunha de Cristo e
pagou com a própria vida pela fidelidade que teve para com os ensinamentos de
Jesus.
A morte de Estevão serve como parâmetro para nós. Ele morreu
porque “não se ajeitou” entre os grandes de seu tempo. Preferiu morrer pelo que
acreditava ou por quem acreditava. Estevão nos ensina que não dá para ser
cristão morno. Ou se é, ou não se é. Cristão de “meia tigela”, na verdade, não
é cristão. Cristão que se dá bem no
mundo talvez, não esteja bem com Deus. Afinal, não dá para acender uma vela
para Deus e outra para o Diabo. Ser Cristão é ser portador de um diferencial de
vida.
Qual é o seu diferencial?
.."Há um casamento impossível de ser realizado: Quem abraça o mundo não se dá bem com Deus e quem se dá bem com Deus rejeita a lógica do mundo."..
ResponderExcluirQue Deus nos dê sabedoria!