Temos acompanhado nos últimos tempos acaloradas discussões
sobre o formato da terra. Ao ler o livro “América Mágica”, publicado no ano
2000, por Jorge Magasich-Airola e Jean- Marc de Beer, descobri que a terra não é
nem plana nem redonda, mas tem o formato de um seio feminino. O relato sobre o
tema foi do grande conquistador Cristóvão Colombo. Ao que parece, ele estava
bem carente na ocasião.
Colombo efetuou quatro viagens ao Novo Mundo: Na primeira, o
descobriu e na segunda, o colonizou. Na segunda viagem (1494), fundou a primeira cidade
europeia na América, na atual, República Dominicana e deu-lhe, o nome de “Isabela”
em homenagem a Rainha Isabel I, de Castela. Após enfrentar inúmeras
dificuldades com os nativos, insetos e doenças Colombo retornou a Espanha para
organizar nova expedição em busca de ouro. Em maio de 1498, com três navios
entrou, mar adentro, por uma rota desconhecida. Das Ilhas Canárias navegou até as
ilhas portuguesas de Cabo Verde, e em seguida tomou a direção sudoeste,
alcançando regiões de grande calor.
Visando chegar ao extremo oriente modificou sua rota e acabou chegando às
proximidades da atual Venezuela onde as caravelas foram arrastadas por
correntes de águas doces que o Rio Orinoco lança ao Atlântico. Os diversos fatos
ocorridos levaram Colombo à seguinte conclusão:
“Os habitantes destas
terras são menos negros do que os da África na mesma latitude. Por outro lado,
o clima é aqui temperado, enquanto que a leste ele é tórrido, o que significa
que os navios “subiram” até uma altitude onde as temperaturas são mais
clementes; isso pode ser comprovado pelo fato de que somente as águas que
descem das montanhas podem correr com tamanha força”. A terra, concluiu Colombo, não é
redonda. Ela tem a forma de uma pera, ou melhor, no hemisfério ocidental ao sul
da linha equinocial (Equador), ela apresenta uma protuberância semelhante ao
mamilo do seio de uma mulher. E foi, precisamente, aí, nesses cumes, que a
Providência Plantou o Paraíso Terrestre...
O relato faz parte de uma coleção registrada pelo livro que
mostra o imaginário dos conquistadores sobre o novo mundo. Fundamentando grande
parte das pesquisas na própria Bíblia alguns acreditavam, piamente, que
encontrariam nas novas terras o Paraíso Terrestre. Sob diversos argumentos os
conquistadores sonhavam mesmo era encontrar grande quantidade de ouro. Mais uma
vez, buscando inspiração na Bíblia, desejavam encontrar as famosas “Minas de
Salomão” pois acreditavam que o Rei Salomão buscou ouro de ofir, uma espécie
seleta do metal, em alguma parte da terra que se perdeu.
Embrenhando-se pelos mares e florestas, muitos conquistadores se perdiam e perdia a vida, o que alimentava a fantasia de quem ficou. Pensavam que aqueles que sumiram, na verdade, não se perderam, mas, fundaram novas cidades ocultas e cheias de riquezas. Alguns transportavam os mitos da antiguidade europeia para a América, como, por exemplo, o mito das mulheres guerreiras, as amazonas. A busca por elas em nada resultaram, a não ser o nome de uma grande região e de um estado brasileiro. Naturalmente, os conquistadores não conheciam certos bichos como as grandes sucuris do Brasil. Sobre isso também criavam muitas fantasias. Imaginem o que pensou quem viu, pela primeira vez, uma sucuri de dez metros!
Algumas narrativas dos povos originários também serviram para
alimentar a sede de ouro dos conquistadores europeus. Uma dessas lendas vem da atual Colômbia, mais
precisamente, do Lago Guatavitá. Havia, naquela região, uma lenda antiga que
dizia o seguinte:
A mulher do cacique o traiu com um guerreiro. Quando o cacique
descobriu a traição matou o guerreiro e fez a mulher comer o seu órgão sexual durante
uma festa. Envergonhada, a mulher suicidou-se no Lago Guatavitá. Arrependido do
que fez o Cacique procurou reparar suas faltas. Ficou sabendo, pelo pajé que a
mulher morava num castelo no fundo do lago. Por isso, todos os anos como
manifestação de seu arrependimento, o cacique deixava afundar no lago peças de
ouro e objetos de grande valor. Além disso, enlameava o corpo com pó de ouro e
mergulhava naquelas águas. Essa lenda alimentou a ganância dos europeus que
varreram o fundo do lago em busca dos objetos de ouro...
O livro já citado nos remete a várias histórias fantásticas dos descobridores
europeus, do Séc XV que, na busca pelo ouro, não conseguiram se libertar de
seus mitos ancestrais. Juntamente, com o interesse pelo ouro buscaram também: a
fonte da juventude, o paraíso terrestre, as minas do Rei Salomão, o reino
encantado das amazonas, os gigantes da Patagônia e daí por diante... Vale a
pena conhecer essas histórias. Elas nos ajudarão a compreender as nossas
origens.
Imagem de Enrique Meseguer por Pixabay
Que maravilhosa história..... Parabéns Padre Gabriel.
ResponderExcluirNoooo que música e vidro maravilhosos, como o texto!
ResponderExcluirPadre a civilização humana sempre foi de guerra, ambição, vaidade, em sintese na maoria das vezes destilando ódio ao seu próximo.
ResponderExcluirLendo os vários acontecimentos históricos a pratica da guerra nunca teve fim. A conquista de uma tribo, de uma nação sobre a outra para dominar por motivos os mais variados é uma prática que sempre existiu.
Nos pacifistas Cristãos sonhamos com o projeto deixado por Jesus colocado em prática.
"Não faças ao outro o que não queres que te faças."
Que choque foi pra quem chegou primeiro. Muita coragem
ResponderExcluirSó o senhor pra nos contar, eu que não sabia nada disso. Sou mesmo uma cabeça voada.Achei interessante dimais. Obrigada.
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