A vocação sacerdotal

 

O padre é alguém chamado por Deus para uma missão. Esse chamado, inicialmente, não é muito claro, daí a necessidade de um acompanhamento vocacional que possa ajudar o jovem a perceber a voz de Deus a seu respeito. Ilustra essa situação a passagem bíblica de 1Sm 3, 10 - 14. O jovem Samuel fazia companhia ao sacerdote Eli. À noite escutou alguém lhe chamando e pensou que fosse o sacerdote. Então, perguntou-lhe, se fora ele que o havia chamado. Isso repetiu pela segunda vez. Na terceira vez, orientado pelo sacerdote, Samuel fica de pé e diz: - Fala Senhor, o teu servo escuta!  Foi então, que Deus lhe comunicou o seus planos e o convocou para uma missão. A orientação do sacerdote foi necessária para que o jovem percebesse aquele chamado divino durante a noite.

Todo católico recebe, inicialmente, três sacramentos: Batismo, confirmação (crisma) e eucaristia. De posse deles, assumimos a missão de anunciar Jesus Cristo e buscar a própria santificação. Pena que, nem todos entendam isso, e às vezes, buscam o batismo com outras motivações... Ser batizado é assumir para si, a missão da Igreja. O batismo não é para curar dor de barriga do bebê ou fazê-lo parar de assustar durante as noites.

Existem outros sacramentos que são chamados de “sacramentos de cura”. Aqui falamos da unção dos enfermos e do sacramento da reconciliação (confissão).  Somente que já viveu uma experiência profunda de perdão sabe o quanto ele é curativo. Carregar mágoas e ressentimentos dentro do coração não vale a pena. O sacramento da reconciliação devolve ao fiel a serenidade pessoal e a harmonia interior. A unção dos enfermos também cumpre esse papel medicinal. Ela é ministrada aos doentes e produz um efeito curativo. Por isso, não deve ser chamada de “extrema unção”, pois, não é o sacramento de quem está “com o pé na cova”.  É um sacramento que conforta e cura o doente.  Além dos sacramentos da iniciação e da cura, temos os “sacramentos de serviço”. Trata-se da ordem e do matrimônio. Em ambos, os católicos são chamados a testemunhar o amor de Cristo no mundo. O marido se santifica através da esposa e vice-versa. O padre se santifica quando exerce a mesma missão de Cristo. Ele é sacerdote porque oferece um sacrifício a Deus por ele mesmo e pelos seus. Esse sacrifício acontece durante as missas, mas acontece também na vida. Muitos sacerdotes são caluniados e perseguidos, mas, não poderia ser diferente, pois, assim, também aconteceu com Cristo. São Paulo dizia: “completo em minha carne o que falta às tribulações de Cristo.” (Col 1, 24). O marido se sacrifica pela esposa e ambos se sacrificam pelos filhos e pelos irmãos. Assim, na vivência do amor, testemunham o mesmo amor de Cristo para com a Igreja. Mas, o padre é  outro Cristo e age em nome dEle quando abençoa, perdoa, intercede... O seu sacrifício se une ao sacrifício único e redentor de Cristo. A vocação sacerdotal é um dom imerecido. Deus nos chama, sem merecimento de nossa parte, e nos constitui, através da Igreja, como seus representantes.

O sacramento da ordem é conferido aos diáconos, padres e bispos em graus diferentes. O bispo é o líder da diocese e o representante dos apóstolos; os padres, o auxiliam na tarefa da evangelização e do governo da igreja; os diáconos se santificam e santificam o mundo quando exercem o serviço pastoral.  

Ser padre é ser um representante de Cristo o único e eterno sacerdote, por isso, é uma tarefa bonita e de nobreza inigualável. Sobre a dignidade do sacerdote dizia São João Maria Vianney: “Oh! O padre é alguma coisa de grande! Se ele compreendesse isso, morreria… Deus lhe obedece: ele diz duas palavras, e Nosso Senhor desce dos céus...”

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