Missa e ressurreição

É mais um domingo que chega. A Igreja, aos poucos, vai se enchendo. Alguns chegam mais cedo e se acomodam num canto da igreja para rezar...

É mais um domingo que chega. A Igreja, aos poucos, vai se enchendo. Alguns chegam mais cedo e se acomodam num canto da igreja para rezar preparando o espírito para a celebração. As equipes de trabalho vão se ocupando de suas funções: alguns afinam instrumentos, distribuem folhetos e ajeitam os objetos litúrgicos... Existe também a turma dos atrasados. Esses, quase sempre, são os que saem mais cedo e não param de olhar os relógios. Estão na Igreja de “corpo presente”.  O coração só Deus sabe onde anda... Quando tudo está pronto a missa começa.  Durante a celebração, que geralmente dura uma hora, alguns permanecem atentos, outros cochilam, outros cochicham. Esse amaranhado de tipos humanos forma o Povo de Deus. 
O que há de mais bonito na missa é o invisível. A graça de Deus age com mãos invisíveis e muda de lugar o coração das pessoas. Do altar jorra a fonte de água viva que irá matar a sede profunda que temos de sentido para nossas vidas e ações.  Durante a missa acontecem verdadeiras ressurreições. 
A passagem de Atos dos Apóstolos (At 20,7-12), conta um fato curioso ocorrido dentro de uma celebração. Pela primeira vez, apareceu no Novo Testamento, a informação de que a missa era celebrada aos domingos.  Durante a homilia, S. Paulo empolgou-se e acabou “esticando” sua fala até meia noite. Um jovem chamado Êutico, que estava sentado no parapeito de uma janela, no terceiro andar, foi vencido pelo sono. Acabou caindo-se desse local e morreu ali mesmo, bem no meio da celebração. Paulo desceu de onde estava abraçou o morto, devolveu-lhe a vida e retornou, normalmente, para continuar a homilia. Afinal, iria viajar no dia seguinte e tinha pressa para falar de Jesus àquele povo.
Essa cena da escritura mexe muito comigo. Penso que em nossas missas também acontecem verdadeiras experiências de ressurreições. Quantas pessoas encontram na Celebração da Eucaristia um verdadeiro sentido para a vida? Eucaristia é celebração de vida. Seria estranho que a morte escurecesse o clima da celebração.  A propósito, estamos prestes a celebrar o aniversário de morte do Servo de Deus, Dom Oscar Romero, Bispo de San Salvador, que morreu assassinado quando celebrava a missa no dia 24 de março de 1980. Durante a celebração ele foi baleado por um atirador de elite do exército salvadorenho. Dom Romero foi um grande defensor dos pobres e dos direitos humanos. Por causa disso, perdeu a vida. Aliás, não perdeu. Doou. Penso que sua vida, naquele instante, se misturou com a vida do próprio Cristo ressuscitado.

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