Pequeno coadjuvante

Senhor, 

Mais uma vez estou diante de Vós e tento conter o fluxo de meus pensamentos como quem tenta conduzir uma manada de burros. Sinto-me incapaz de quase tudo, inclusive, de rezar nesse momento. Vejo-me carregado de responsabilidades e mais carregado ainda, de fraquezas.

Sei que minha situação não deve ser diferente da situação de algum irmão que, não raro, se sente incapaz de conduzir a embarcação da própria existência. Nesse empreendimento nem sempre somos bem sucedidos. Já vi muitas embarcações, completamente, à deriva...

Quem vos disse que eu seria capaz de sustentar essa batuta e reger essa orquestra? O que mais ouço são instrumentos desafinados e, apesar de tanto esforço, não vejo muita harmonia no coro. 

Meu Senhor, 

Vós sabeis de meu sincero desejo de vos amar e servir. Apesar disso, repito um refrão já por vós conhecido: - Não desse jeito, não agora! A orquestra está desafinada demais e não consigo colocar o trem sobre os trilhos. Tendes certeza de que eu seja a pessoa certa para fazer o que faço?  

Senhor,

Tenho plena consciência de minhas fraquezas. Mas, apesar delas coloco-me inteiramente à vossa disposição.  Então, eis-me aqui. Envia-me Senhor! Não importa meu sacrifício. Apenas vos peço, que não me abandones.

Senhor, 

Jamais permita que eu me afaste de Vós! Sustenta meus pés na caminhada e minhas mãos nessa batuta. Pobre de mim! Não passo de  um pequeno coadjuvante.