Tradução da música de Ballad of Sacco & Vanzetti

Tradução da música de Ballad of Sacco & Vanzetti Tradução da música de Ballad of Sacco & Vanzetti - Joan Baez Bal...



Tradução da música de Ballad of Sacco & Vanzetti



Tradução da música de Ballad of Sacco & Vanzetti - Joan Baez


Ballad of Sacco & Vanzetti (Composição: E. Morricone / J. Baez – Tradução: Rumi Koizumi) 


Música de rara beleza


Recentemente, ouvi com mais atenção, a música "The Ballad Of Sacco And Vanzetti". Ela foi escrita por Joan Baez que, por sua vez buscou inspiração nas cartas de dois prisioneiros que ficaram famosos nos Estados Unidos, por terem sido vítimas de uma grande injustiça nos anos 20. Trata-se de Vanzetti e Sacco. A melodia foi composta por Ennio Morricone. A música é de 1971 e é formada por três partes. Dura 16 minutos, no filme de Giuliano Montaldo. Giuliano Montaldo é o mesmo diretor do Filme “Giordano Bruno”.


O filme ‘Sacco & Vanzetti’, reconstitui a história dos imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Banzetti, acusados e assassinato e levados a julgamento em 1921, nos Estados Unidos. Por serem anarquistas, são condenados à morte na cadeira elétrica, num dos mais famosos erros judiciais do século XX. Nos anos seguintes, a luta pela anulação da sentença leva milhares de pessoas às ruas em todo o mundo. Proibido no Brasil, durante a ditadura militar, Sacco & Vanzetti é um filme inesquecível sobre uma página obrigatória da história contemporânea.


Tardiamente, os brasileiros puderam ter acesso a essa música, composta especialmente para o filme de Giuliano Montaldo. Somente após 1880, com o relaxamento da censura pelo regime militar, pode-se discutir com liberdade de imprensa esse drama que comoveu o mundo inteiro em 1920. Tomo a liberdade de copiar a letra da música, em português, para que você possa entender melhor quando tiver acesso à mesma, pelo You tube. Nesse site, ao lado, você poderá apreciá-la, por enquanto, na voz de Dulce Pontes, cantora portuguesa. 


Parte 01


Dê-me seus cansados e seus pobres / suas massas acuadas desejosas de respirar liberdade/ o lixo miserável das incontáveis margens de seus rios/ mande-os, os sem-teto, as vítimas da tormenta para mim.


Abençoados são os perseguidos/ e abençoados são os puros de coração/ abençoados são os misericordiosos/ e abençoados são os que choram.


É difícil o passo que arranca as raízes/ e diz adeus aos amigos e à família/ os pais e as mães choram/ os filhos não conseguem entender/ mas, quando há uma terra prometida/ o bravo irá e outros o seguirão/ a beleza do espírito humano/ é a vontade de realizar nossos sonhos/ e assim, as massas atravessam o oceano/ em direção a uma terra de paz e de esperança/ mas ninguém ouviu uma voz ou viu uma luz/ enquanto era jogado na costa / e ninguém foi recebido pelo eco da frase: “Eu levanto minha lâmpada junto à porta dourada”. 


Abençoados são os perseguidos/ e abençoados são os puros de coração/ abençoados são os que perdoam/ e abençoados são os que choram.


Parte 02


Sim, padre sou um prisioneiro/ não temo relatar meu crime/ o crime é amar os deserdados/ apenas o silêncio é vergonha.


Agora contarei o que está contra nós/ uma arte que vive há séculos/ percorra os anos e descubra/ o que tem maculado toda a história/ contra nós está a lei! / a polícia sabe como fazer de um homem/ um culpado ou um inocente/ contra nós está o poder da polícia/ as desavergonhadas mentiras contadas pelo homem/ serão sempre pagas em dinheiro/ contra nós está o poder do dinheiro! / contra nós está o ódio racial/ e o simples fato de sermos pobres. 


Meu caro padre sou um prisioneiro/ não tenha vergonha de contar o meu crime/ o crime do amor e da irmandade/ apenas o silêncio é vergonha.


Comigo tenho meu amor, minha inocência/ os trabalhadores e os pobres/ por tudo isso estou seguro e firme/ e minha é a esperança/ rebelião e revolução não precisa de dólares/ precisam de/ imaginação, sofrimento, luz e amor/ e respeito por cada ser humano/ nunca roube, nunca mate/ você é parte da esperança e da vida/ a revolução passa de homem para homem/ de coração para coração/ e sinto quando fito as estrelas/ que somos filhos da vida/ a morte é pequena.


Parte 03


Meu filho, em vez de chorar seja forte/ seja bravo e conforte sua mãe/ não chore, pois as lágrimas são desperdiçadas/ não deixe os anos também serem desperdiçados.


Perdoe-me, meu filho, por essa morte injusta/ que priva seu pai de sua companhia/ perdoem-me todos que são meus amigos/ estou com vocês, portanto, não chorem.


Se sua mãe quiser esquecer/ a tristeza e a crueldade/ leve-a para uma volta/ ao longo dos plácidos campos/ e descanse sob a sombra das árvores/ onde lá e cá se colhe flores/ ao lado da música e da água/ está a paz da natureza/ ela irá gostar muito/ e, certamente, você irá gostar também/ mas, filho lembre-se/ não tenha tudo apenas para ti/ abaixe-se para ajudar/ os pobres que o cercam.


Perdoe-me, meu filho, por essa morte injusta/ que priva seu pai de sua companhia/ perdoem-me todos que são meus amigos/ estou com vocês, portanto, não chorem.


Os mais fracos que clamam por ajuda/ os perseguidos e a vítima/ são seus amigos/ e camaradas na luta/ e claro, eles tombam às vezes/ como seu pai/ sim como seu pai Bartolo/ eles tombaram/ e ontem lutaram e tombaram/ mas, na busca por alegria e liberdade/ e na luta por esta vida você descobrirá/ que há amor e às vezes mais/ sim, na luta você descobrirá/ que pode amar e ser amado também.


Perdoem-me todos os que são meus amigos/ estou com vocês/ imploro não chorem.


Sacco e Vanzetti, ainda hoje, podem ser vistos como “mártires” da classe trabalhadora. Os crimes de que foram acusados (assassinato e furto) nunca foram provados. Sacco nasceu no dia 22 de abril de 1891, em Torremaggiore, Itália. Aos 17 anos emigrou-se para os Estados Unidos (Massachusetts), onde trabalhou como sapateiro. Vanzetti, nasceu no dia 11 de junho de 1888, em Villaffalletto. Seus pais eram fazendeiros. Mudou-se para os Estados Unidos em 1908, morou em Plymouth, também em Massachusetts, onde trabalhou como vendedor de peixe. Em pouco tempo revoltou-se com o tratamento desumano dado aos trabalhadores imigrantes. Para fugir do alistamento militar da Primeira Guerra Mundial, ambos fugiram para o México, em 1917. Foram presos e acusados por assassinato e roubo. Foram submetidos a trabalhos forçados, internados em clínica psiquiátrica e finalmente, após grande mobilização social em vão, foram condenados à morte na cadeira elétrica. Com os rascunhos deixados por eles é que surgiu a letra da música comentada. Além de ser muito bonita essa música carrega muita história!


( Os comentários feitos aqui, tiveram por base as informações mostradas no próprio filme citado)

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