São Vicente: Missionário dos pobres
Quando estudamos a vida de São Vicente de Paulo é quase impossível não perceber a grande energia espiritual que o motivava em suas dec...
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Quando
estudamos a vida de São Vicente de Paulo é quase impossível não
perceber a grande energia espiritual que o motivava em suas decisões.
São Vicente, antes de tudo, um homem de coragem. Podia renunciar aos
mais altos postos oferecidos pela nobreza em benefício de seus
pobres. Foi um homem, dócil à vontade de Deus. Essa vontade era
percebida em direções espirituais. Ao que parece, seu coração
sempre esteve ao lado dos pobres, embora tivesse que viver, muitas
vezes, nos palácios dos ricos. Assim que a oportunidade surgia
escapava-se desses palácios para atuar junto aos menos favorecidos.
Nunca deixou de ouvir aquele que mais tarde seria Cardeal da Igreja:
Pe. Bérulle, um teólogo que marcou muito a vida espiritual no Séc
XVII.
Atendendo
aos conselhos de Pe. Bérulle assumiu o encargo a Paróquia de Clichy
(com seis mil habitantes) sem deixar aos serviços na Capelania da
Rainha Margot.
Por
pouco tempo deu tudo de si no trabalho paroquial. Isso seria muito
importante para que ele pudesse ser formador do clero mais tarde.
Ficou triste quando lhe foi pedido para deixar a paróquia para
trabalhar novamente com os ricos. Dessa vez, seria preceptor
(professor) dos três filhos da poderosa família dos Gondi.
Philippe Emanuel de Gondi
banqueiro italiano residia na França e era almirante e chefe das
construções navais(General das Galés). Galés = antiga embarcação
de guerra, comprida e estreita, que emergia pouco acima da água,
impelida basicamente por grandes remos, quinze a trinta por bordo,
manejados por três a cinco homens cada um, geralmente criminosos
condenados às galés.
Apesar
de muito rica a Família Gondi era religiosa e procurava dar formação
para trabalhadores de sua propriedade. A Sra. Françoise de Gondi
vendo as capacidades de Vicente resolveu empurrá-lo para o serviço
missionário, começando pelos camponeses de suas terras.
Naquele
tempo, a Igreja na França passava por grandes dificuldades
espirituais. Havia padres que sequer sabiam pronunciar a fórmula da
absolvição; paróquias completamente abandonadas e centenas de
almas-perdidas pela falta de apoio e assistência espiritual.
Vicente, na verdade, já sonhava com um trabalho parecido desde que
participou de um retiro espiritual (1616) com outros sacerdotes. Por
causa disso, em menos de um ano arrecadou cerca de seis milhões de
francos e entregou aos franciscanos para cuidar dos pobres. Mas, não
deu aos pobres somente seus bens. Deu-lhes também o coração e
alma… A pedido de Mme. Gondi, Vicente fez um sermão tão eloquente
em meados de 1617, que levou à confissão quase todos os camponeses
presentes. O grande pregador estava se encontrando com um chamado de
Deus: Ser missionário entre os pobres!
Inspirados
no grande exemplo de São Vicente, milhares de pessoas, ainda hoje,
fazem da caridade um caminho para o céu. Estamos falando de uma
grande multidão de pessoas que procuram ajudar os pobres não apenas
de forma material, mas sobretudo com amor e dedicação. Que São
Vicente de Paulo abençoe e ilumine os seus seguidores ainda nos dias
de hoje!