Viva São Benedito!
No dia 05 de outubro a Igreja celebra São Benedito. Mas, quem foi esse Santo? São Benedito nasceu em San Fratello, perto de Messi...
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No dia 05 de outubro a Igreja
celebra São Benedito. Mas, quem foi esse Santo?
São Benedito nasceu em San
Fratello, perto de Messina, sul da Itália, e morreu em Palermo em 04 de abril
de 1589. Sua beatificação aconteceu em 1743 e a canonização em 25 de março de
1907 com Pio VII.
Benedito era filho de pais
escravos que foram trazidos da África e se converteram ao catolicismo. Liberto
aos 18 anos Benedito ficou trabalhando no campo onde foi conhecido por sua
grande caridade, pois repartia com os mais pobres quase tudo o que ganhava.
Juntou-se à um grupo de eremitas para viver de forma mais radical a pobreza
evangélica. Mas, em 1562, o Papa Pio IV, ordenou que todos esses grupos
religiosos se integrassem em Ordens já existentes. Foi então, que Benedito
entrou para a Ordem Terceira de São Francisco e passou a viver no Convento de
Santa Maria de Jesus em Palermo.
No convento foi designado para
trabalhar na cozinha. Mas, sua virtude não podia ser abafada. Acabou se
tornando mestre de noviços, mesmo sendo analfabeto, e até guardião do convento. Terminada essa
função retornou ao ofício de cozinheiro, função que mais gostava.
No Brasil, São Benedito é
festejado em dezembro, 13 de maio e em alguns lugares no dia cinco de outubro.
Sua imagem não é representada de uma única maneira. Existem pelo menos três
representações diferentes: Na Itália é representado segurando o menino Jesus,
em Portugal segurando um avental cheio de rosas e na Espanha segurando um
coração. No Brasil foi chamado de “açúcar mascavo”, por Frei Antonio do
Rosário, em 1702, para realçar a grande doçura do santo de cor preta.
A representação mais frequente do
santo o mostra como um frade negro levando nos braços uma criança branca
enrolada por um lençol igualmente branco. Essa representação está ligada a
ideia de que São Benedito é o “padrinho-carregador” do Menino Jesus. A história
do santo é recriada num tempo mítico que coloca sua existência antes mesmo do
nascimento de Jesus. As primeiras representações do Santo, com o Menino Jesus
nos braços, são italianas e remontam ao
Séc XVII. Ela está ligada à aparição da Virgem Maria que entrega ao santo o seu
próprio filho. Santo Antônio de Pádua
também foi representado nesse padrão.
Em Portugal São Benedito foi
representado com flores no avental. Diz
a lenda que ele carregava o lixo do dormitório na aba do avental quando foi
questionado pelo Vice-rei da Sicília. Ao abrir o avental em vez do lixo
apareceram muitas rosas de extrema beleza. Em outras versões da história em vez
de lixo ele carregava no avental o pão para os pobres. Essa narrativa sobre
Santo Antônio das Rosas, assemelha à de São Juan Diego, que ao abrir o manto
diante do bispo em vez de flores apareceu retratada ali a imagem da Virgem de
Guadalupe.
Na Espanha, São Benedito foi
representado segurando numa das mãos um coração jorrando gotas de sangue. Às vezes, em vez de carregar um coração
carrega uma pequena trouxa de tecido manchada de sangue. Essa representação
aproxima-se da representação de Santo Isidoro- santo lavrador, padroeiro de Sevilha.
A devoção a São Benedito chegou
ao Brasil através dos portugueses. Em Portugal já existiam as Confrarias
(Irmandades) dos Pretos, desde que a colonização portuguesa se dera, ao longo
das costas africanas. No Brasil essas confrarias dedicadas à Nossa Sra. Do Rosário
passaram a contar com um valioso aliado, ou seja, São Benedito. No Rio de Janeiro,
a irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos parece
ter sido fundada no início do Século XVII, e se instalou na Igreja de São
Sebastião do Morro do Castelo. Um dos motivos que levaram à criação das
Irmandades dos homens pretos era para que elas se encarregassem de sepultar os
negros que, naquele tempo não podiam ser sepultados nos pátios das igrejas
junto com os brancos. Na maioria das
vezes, os corpos dos escravos eram simplesmente jogados nas valas ou em espaços
próprios denominados cemitério de escravos.
Valorizar a Festa de São Benedito
é reconhecer que parte importante da história do Brasil foi negada por causa da
discriminação e preconceito. O Brasil verde-amarelo foi pintado desde o início pelo
vermelho do sangue africano. Recuperar
essa devoção é incluir a cultura negra que tanto enriqueceu o nosso país. “Raça
humana não tem cor”, mas deve ter coração. Somos todos filhos do mesmo pai não
importa se negro, branco ou amarelo. Que São Benedito, nos ajude a construir um
mundo mais fraterno e mais humanizado. Amém.
Fonte consultada para esse texto:
Augras, Monique, 1937. Todos os Santos São
Bem-vindos. Rio de Janeiro: Pallas, 2005
Leia também: http://ggpadre.blogspot.com/2019/10/sao-benedito-sua-casa-cheira.html
Imagem de Jay Rane por Pixabay
"São Benedito sua casa cheira, cheira cravo e rosa, flor de laranjeira."
ResponderExcluirQuem vivencia a fé sabe quantas graças podem ser alcançadas através da intercessão de São Benedito. Por quantas vezes em casa preocupada em bem servir convidados me vi pedindo ao Santo negro a graça da multiplicação dos alimentos, e sem entender tudo se transforma. E quando em almoços da paróquia vemos o fundo do tacho aparecendo e pessoas chegando para comer, levantamos os olhos para o alto da cozinha e olhamos a imagem pequena,negra, de barro e confiamos na sua intercessão...lá brota-se como milagre o feijão tropeiro da tia Rita que bem serve e alimenta a todos.
São Benedito rogai por nós
É msm muito linda a história de São Benedito . Obrigada!!! Padre Geraldo tbm é cultura
ResponderExcluirÉ msm muito linda a história de São Benedito . Obrigada!!! Padre Geraldo tbm é cultura
ResponderExcluirEstou encantada com a visa de Sao Benedito. Não conhecia. Adorei conhecer mais sobre ele. Fiquei devota a ele. Obrigada Pe Geraldo Gabriel.
ResponderExcluir"Raça humana não tem cor”, mas deve ter coração. Lindo testo. 👏👏👏👏👏
ResponderExcluirSão Benedito rogai por nós.
ResponderExcluirQue São Benedito abençoe tidos os lares e neles não falte o pão de cada dia.
ResponderExcluirDeus seja louvado!
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