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terça-feira, 27 de novembro de 2018

La Virgen de Guadalupe


A Mãe de Jesus sabe muito bem a hora de agir na história humana. Ela sabe quando deve dar um sinal do céu para que a humanidade se volte ao Criador e os homens busquem maior fraternidade. Assim, em pleno regime colonialista, Maria se manifesta no México para um nativo como mãe do povo indígena. No Brasil em tempos de escravidão negra Maria se manifesta como Mãe Preta saída do fundo da lama no Rio Paraíba. Estamos falando de Nossa Senhora Aparecida. Nas vestes de Guadalupe podemos ver a “mulher vestida de sol e tendo a lua debaixo dos pés” e ao mesmo tempo a mãe do povo indígena que carrega no manto um conjunto  de simbologia desse povo.

Numa manhã de 09 de dezembro de 1531, ao passar pela Colina de Tepeyac Juan Diego ouviu uma suave melodia. Logo em seguida ouviu alguém que lhe chamava pelo nome no topo da Colina. Subiu cerca de 40 metros de altura em ziguezaque e encontrou-se frente a frente com uma senhora de grande resplendor e beleza. Aparentava ser muito jovem e seu brilho clareava tudo ao redor. Sem saber o que dizer Juan se ajoelhou diante dela e então, pode ouvir:

Juanito, meu filho, par aonde vais? – Sua voz era suave e carinhosa. Minha nobre senhora, eu vou à Igreja de Tlatelolco, para participar da missa, disse-lhe Juan Diego. E a Virgem continuou: - Meu filho, o mais querido! Eu quero que saibas, com certeza, que eu sou a perfeita e perpétua Virgem Maria, Mãe do verdadeiro Deus, através de quem tudo vive, o Pai de todas as coisas, que é o Senhor do Céu e da Terra(...) Desejo, ardentemente, que se construa aqui um “teocalli” (templo) em minha honra, no qual demonstrarei todo o meu amor, minha compaixão, minha ajuda e proteção ao povo. Eu sou tua Mãe de Misericórdia, a Mãe de todos os que vivem unidos nestas terras, de toda a humanidade (...). Peço que vás à casa do Bispo, na Cidade do México e diga-lhe  que eu te envio e que é meu desejo que se construa um “teoclli” aqui...

Juan Diego, mesmo cheio de medo procurou o Bispo Dom Zumárraga que demorou muito para atendê-lo, aumentando ainda mais os seus receios. Como era de acontecer o Bispo, apesar de recebê-lo, com amabilidade e ouvir sua história não acreditou. Pediu que ele retornasse em outra ocasião. Desiludido o índio saiu do palácio retornando para sua casa. Mas, ao passar pela colina a mesma Senhora o esperava. E então, Juan Diego narrou-lhe o encontro que tivera com o bispo. Pediu que ela arranjasse outro emissário mais importante que ele para aquela missão. A Senhora insistiu que ele voltasse ao bispo com a mesma mensagem.

No segundo encontro com Dom Zumárraga, Juan Diego se emocionou e chorou muito diante dele, insistindo para que ele atendesse ao pedido da Mãe do Céu. O Bispo, comovido com o comportamento do índio fez-lhe uma exigência. Queria que a tal senhora lhe enviasse um sinal. Juan Diego saiu do palácio cheio de alegria, pois sabia que a nobre senhora não lhe negaria esse favor. O bispo, entretanto, pediu aos seus ajudantes que seguissem o índio para ver com quem ele conversava. Mas, os ajudantes logo o perderam de vista.

Depois do segundo encontro com o bispo, Juan Diego subiu, de novo, à Colina de Tepeyac. Deveria transmitir àquela senhora o recado do bispo. E ela estava lá para esperá-lo. Depois de um breve relato a Senhora prometeu que no dia seguinte lhe daria o sinal para que fosse levado ao bispo. Ao retornar para casa Juan Diego decidiu visitar o seu tio que estava doente. Passou a noite ao seu lado na tentativa de aliviar-lhe, os sofrimentos. A saúde do tio piorou obrigando-o a retornar ainda de madrugada para Tlatelolco, em busca de um sacerdote. Era uma manhã de 12 de dezembro. Para não atrasar-se na viagem, evitou o caminho habitual onde encontrava-se com a senhora. Não adiantou muito. No outro caminho também foi cercado por ela que o chamou pelo nome e perguntou-lhe sobre as razões de sua inquietação. Juan Digo então lhe contou toda a aflição que passava com a doença do tio. Foi então, que a senhora lhe disse:

Não fiques preocupado e nem te angusties com sofrimentos. Não temas nenhuma enfermidade ou moléstia, ansiedade ou dor. Não estou aqui, eu que sou tua mãe? Não estás debaixo de minha sombra e proteção? Não sou eu a fonte de tua vida? Não estás entre as dobras do meu manto? Sob o abrigo de meus braços? Há mais alguma coisa de que possas necessitar? Fez uma pausa e, sorrindo-lhe acrescentou: Não deixes que a enfermidade de teu tio te preocupe, porque ele não morrerá desse mal. Neste momento ele já está curado...

Depois de ouvir a mensagem daquela senhora o índio se tranquilizou. E ela suplicou-lhe que subisse ao alto da colina e colhesse algumas flores as quais deveriam ser entregues ao bispo como o sinal suplicado por ele. Atendendo aquele pedido, Juan Diego encheu o seu manto com as flores e a própria senhora ajudou-o a ajeitar as mesmas no manto. Chegando à casa do bispo, depois de um tempo de conversa, o índio abriu o seu manto diante dele. Na superfície do manto estava estampada a belíssima imagem da Mãe de Jesus. O que se seguiu a partir daí será motivo para um novo texto...

Fontes consultadas: 

Cleto, Caliman (Org). Teologia e Devoção Mariana no Brasil. São Paulo, Paulinas, 1989


Johnston, Francis, O Milagre de Guadalupe. Trad. José Machado Braga. Aparecida, SP: Ed Santuário, 2005

5 comentários:

  1. Deus seja louvado pela vida de tantas pessoas caridosas

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  2. Falar de nossa senhorita. É falar dá pessoa que viveu no mais profundo amor os planos de Deus. Sendo ela o primeiro sacrário a acolher o filho de Deus. Nossa senhora é extremamente sábia ao dar um sinal. Não importa cor, raça e até mesmo idade. Mãe de Guadalupe. Rogai por nós. Amém

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  3. É realmente linda esta história. Me emociono cada vez que leio sobre Nossa Senhora.

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