Impotência diante da dor
Há dores que não gritam, apenas pesam. Pesam fundo, pesam quente, pesam como pedra afundando em um lago sem fundo. É a dor de ver o sofrim...
Há dores que não gritam,
apenas pesam.
Pesam fundo, pesam quente,
pesam como pedra afundando
em um lago sem fundo.
É a dor de ver o sofrimento de um ser
e ter as mãos presas,
as soluções distantes,
o tempo curto demais
para impedir o inevitável.
O rancor nasce não de ódio,
mas da impotência.
Do desejo de ser o milagre
que não veio.
Dá vontade de arrancar o sofrimento
com as próprias mãos
e devolvê-lo ao céu.
E tudo isso fica ali:
no peito,
no silêncio que ninguém escuta,
no canto escuro da alma
onde guardamos o que não sabemos nomear.
E o pior não é a dor em si…
é a incapacidade.
É saber que você sente mais do que pode fazer.
Que o coração se debate
enquanto a realidade permanece imóvel,
fria, crua, inevitável.
E então só resta isso:
a memória de um olhar,
a respiração que falha,
e a compreensão amarga
de que, às vezes, amar
não é suficiente para salvar.
Texto de Lucas Bessa.
Lucas, é um veterinário diferenciado... Sofre e sente-se impotente quando não consegue salvar um animalzinho...




A dor é também fonte de inspiração, e pode ser transformada ou eternizada em poesia.
ResponderExcluirHoje em dia, salvar vidas é algo raro. A profissão, sobressai ao dom e nos tornamos rasos. O profissional que sofre com alguma perda, é humano. E essa dor, pode trazer estragos se não tivermos um equilíbrio mental.
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