O Menino e o Campo de Luz
No coração do campo, um menino caminhava, tão leve que o vento parecia guiá-lo. Seu olhar brincava com o horizonte, como quem descobre unive...
No coração do campo, um menino caminhava,
tão leve que o vento parecia guiá-lo.
Seu olhar brincava com o horizonte,
como quem descobre universos no simples balanço da relva.
A cada passo, a natureza abria um sorriso:
as flores se curvavam em saudação,
o céu pintava caminhos de nuvens,
e o sol pousava sobre seus cabelos
como quem abençoa um pequeno guardião da terra.
Havia pureza naquele instante,
uma pureza antiga, translúcida,
daquelas que só moram em almas que ainda conversam com o invisível.
O menino parou, olhou o vazio cheio de luz.
E, no silêncio, parecia ouvir histórias que o mundo esqueceu.
Histórias de sementes, de estrelas, de ventos cansados,
de sonhos que se escondem na brisa da tarde.
Ele sorriu.
E naquele sorriso existia algo que os adultos perdem:
a fé simples, a confiança sem medo,
a certeza de que tudo é vivo, tudo respira, tudo fala.
O campo, então, o envolveu como um abraço luminoso.
E por um instante, apenas um, pareceu que o tempo segurou o fôlego
para não assustar aquela cena sagrada.
Porque ali, diante do infinito,
um menino lembrava ao mundo
que a beleza ainda existe…
e que a alma, quando livre,
sempre encontra seu caminho de volta para a luz.
Imagem de Vyacheslav Lozhkin por Pixabay
Texto de Lucas Bessa.
Lucas é um veterinário diferenciado. Depois de cada cirurgia nasce uma poesia...




Poeta é assim, a inspiração nasce naturalmente, porque encontra valor em pequenos detalhes.
ResponderExcluirParece com um amigo de infância meu. Andávamos pelas matas procurando lenha, ele observava cada detalhe da natureza admirado, e eu me preocupava com cobras, abelhas, marimbondos, etc... Hoje percebo que eu poderia ter sido como ele. Mas a minha preocupação, nos salvou duas vezes desses animais e insetos. E de uma forma ou outra, mesmo preocupado, aprendi muito com ele.
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