O poder da oração

 

Uma coisa nos parece certa: Deus quer que rezemos! Jesus nos ensinou a rezar e pediu para que fizéssemos isso com frequência. Ilustra esse desejo de Deus a passagem bíblica de São Lucas (Lc 18, 1-8) quando uma viúva venceu, pelo cansaço um juiz iníquo. O juiz não temia ninguém e nem a Deus, mas, para se ver livre da viúva insistente, resolveu fazer-lhe justiça. Após a narração da parábola Jesus questionou: E Deus, que é bom e Justo, não irá nos atender? Sim. Ele irá nos atender bem depressa, concluiu. Mas, o que seria esse “depressa” para quem tem a eternidade nas mãos? Devemos entender, inicialmente, que o tempo de Deus não é igual ao nosso... Apesar das demoras de Deus devemos insistir e perseverar na oração, pois, quem nos ensinou isso, foi o próprio Jesus.

Para enfrentar os problemas do dia-a-dia, “temos que matar um leão por dia!” Na vida de oração não é muito diferente. Trata-se, de uma verdadeira batalha. Jacó, por exemplo, lutou a noite inteira, com um desconhecido, sem entender que lutava contra Deus. A luta somente terminou quando Deus o agarrou pelo nervo da perna deixando-o manco para sempre. Após isso, ele deixou de se chamar Jacó e passou a se chamar Israel, que quer dizer: aquele que lutou com o próprio Deus (Gn 32, 23 -33). Muitas vezes, temos que lutar contra nós mesmos e um oceano de distrações para rezarmos bem. Quantas vezes nos sentimos que a oração é perda de tempo? Pode acontecer também de nos vermos falando às paredes, durante as orações.  Por isso, é importante contar com as orações dos outros. São Paulo, escrevendo aos romanos, pediu-lhes que rezassem por ele:

Eu lhes peço, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que vocês se unam a mim na mina luta, que eu fique livre dos infiéis que estão na Judeia, e para que meu serviço em favor de Jerusalém seja bem aceito pelos santos. Rezem também para eu eu possa, se Deus quiser, visitá-los na alegria e descansar no meio de vocês. Que o Deus da paz esteja com todos vocês. Amém. (Rom15, 30 – 33)

São Paulo era um homem de oração e de ação. Uma coisa não se desliga da outra. A ação sem oração é como uma flecha lançada sem arco que voa sem direção. É a oração que confere sentido ao nosso agir e nos fortalece nas dificuldades. Foi a oração de Moisés que garantiu a vitória dos hebreus contra os Amalecitas (Êx 17,10 – 15). Enquanto Moisés permanecia em oração com as mãos estendidas os seus soldados ganhavam o combate. Quando ele se cansava, os Amalecitas venciam. Então, Aarão e Hur seguraram os seus braços para que ele não parasse de rezar. Nesse caso, foi a intercessão de Moisés e não a força dos soldados que garantiu a vitória dos hebreus.

Assim como a viúva do Evangelho nós também nada temos a oferecer a Deus o justo Juiz. Dele esperamos tudo principalmente amor e compaixão. Gritamos por ele dia e noite na esperança de sermos atendidos. Ele que é o juiz de toda terra tem ouvidos para todos o que o invocam com fé. O Evangelho termina com um questionamento: Será que Jesus vai encontrar fé sobre a terra quando voltar? Cabe a mim e a você responder tal questionamento. Pense nisso!

Foto: arquivo pessoal