Maria, grávida de Deus
A poesia abaixo é do venezuelano, Nelson Himiob Alvarenga e traz como título: “Maria, Encinta de Dios”: No teu sangue de rio que bordeja...
A poesia abaixo é do venezuelano, Nelson Himiob Alvarenga e traz
como título: “Maria, Encinta de Dios”:
No teu sangue de rio
que bordeja
As vertentes do pão da
manhã,
Viaja Deus como viaja
no sino
Quando a brisa forte o
volteia.
Um balido terrestre te
rodeia
Com pequeno calor de
tépida lã,
E no teu seio brota o
doce leite
Com um sabor de mel e
lua hebreia.
Vais formosa de
estrelas, até ao sonho,
Até ao segredo débil da
brisa,
E é mais silenciosos o
pinheiro, o boi mais lento.
Esta noite os astros
são mais risonhos,
E tu levas o Deus do
sorriso
Preso à cintura como um
nardo.
Ao ler o “Benedictus”, o cântico de Zacarias (Lc 1, 67 -79),
pai de João Batista, nos deparamos com a beleza de algumas expressões que bem valeriam
um poema: “Graças à misericordiosa compaixão
do nosso Deus, o sol nascente que veio nos visitar” ... veio para iluminar as
que jazem nas trevas e nas sombras da morte, e para dirigir nossos passos no
caminho da paz...
Quem é esse “sol que nasce do alto” senão aquele que nasceu
do ventre de Maria? Maria, portanto, gerou dentro de si esse “Astro” maior do
que ela própria. Essa mulher vestida de sol, tendo a lua sob os pés e na cabeça
uma coroa de doze estrelas (Ap 12,1) serve de exemplo e modelo à igreja. Ela “leva
o Deus do sorriso preso à cintura como nardo” mas, antes de levá-lo preso à
cintura ela já o carregava inteirinho no coração.
Vejam que gesto bonito: Levar Cristo “para iluminar os que
jazem nas trevas e na sombra da morte estão sentados e para dirigir os nossos
passos, guiando-os no caminho da paz”!
Essa não deveria ser a missão da Igreja, a missão de todos nós? Levar Cristo
ao mundo para expulsar dele as sombras da morte que ainda imperam?
Diante da visita de Maria ninguém deve permanecer indiferente,
pois, ela nunca vai só, está sempre acompanhada de seu filho Jesus. Essa é uma
presença que causa estremecimento. Foi, exatamente isso, que aconteceu a João
Batista que se estremeceu, ainda no ventre da mãe, diante dessa presença luminosa
(Lc 1, 44). Estremeceu diante daquele, cujos caminhos deveriam ser preparados
por ele. E João sabia que não era digno de desatar-lhe as sandálias. Por isso,
se estremece. Você já se estremeceu diante de Deus?
É impossível permanecer indiferente diante da virgem com o
seu divino filho. Até mesmo as ovelhas do rebanho sentiram essa presença, de
acordo com a poesia acima: “Um balido
terrestre te rodeia, Com pequeno calor de tépida lã, E no teu seio brota o doce
leite, Com um sabor de mel e lua hebreia... Se nem os astros permanecem
indiferentes à Mãe de Jesus, emprestemos a ela, pelo menos um pouco de nosso
amor!




Diante de texto tão belo só cabe o meu silêncio... Pura contemplação.
ResponderExcluirÉ muito dificil fazer comentário de um texto como este, apenas apreciá-lo! Ao final apreciamos também a bela música escolhida. Texto e música são provocadores de muitas boas emoções.
ResponderExcluirTenho apenas que agradecer.
Linda poesia e mais lindo ainda é uma menina simples e obediente que acolhe o chamado de Deus e traz ao mundo a Luz mais bela e intensa que ilumina os povos, obrigado padre bela reflexão.
ResponderExcluirQue linda reflexão! A música maravilhosa!!! " 'E impossível permanecer indiferente diante da virgem com o seu divino filho." Peça mos a Virgem Maria que nos ajude a fazer tudo o que Ele mandar!
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