A Ponte de San Luis Rey

Meu tempo é meio curto e por isso, quase não paro diante da  TV. Sendo assim, tenho pouca cultura de cinema e, pela falta do hábito, qu...


Meu tempo é meio curto e por isso, quase não paro diante da  TV. Sendo assim, tenho pouca cultura de cinema e, pela falta do hábito, quase sempre durmo no meio do filme. Ultimamente, estou me esforçando para atualizar-me, nesse sentido. De alguns filmes que vi, um, particularmente, merece meu comentário. Trata-se de “A Ponte de San Luis Rey”.   Ele narra um fato ocorrido no Peru em 1914, quando uma ponte caiu matando cinco pessoas. A morte dessas vítimas chamou a atenção de Frei Juniper, interpretado pelo ator Gabriel Byne, que escreveu um livro sobre o caso. Segundo ele, a morte dessas pessoas não aconteceu por acaso. Mas, qual o desígnio divino as teria provocado, sendo que os mortos pareciam tão bons? Como Deus poderia permitir o sofrimento e a morte dos bons e deixar os injustos vivendo impunemente? A conseqüência do livro é que o frei foi condenado pela inquisição. Embora a crítica não tenha dito, penso que ele também acabou juntando-se aos bem-aventurados na travessia da grande ponte do amor que nos leva para a eternidade.

Embora  tenha encontrado o filme, por acaso, na locadora, acho que valeu a pena. A problemática tratada pelo livro de Jó está contemplada no filme com grande sensibilidade artística. Segundo informações buscadas na internet, o filme foi lançado em 2004 tendo um custo de 24 milhões de dólares. Um bom filme é como um bom livro. Aliás, é um bom livro (roteiro) que sustenta a qualidade das cenas.  Existem problemas que são universais. Eles independem de nosso tempo histórico e nossa cultura. Como não se preocupar com o sentido da vida? E a destinação universal de todas as coisas? Somente um pé de alface nunca fez perguntas desse nível. Ao ser humano, entretanto, foi dado o privilégio de ser algo mais que um pé de couve...

 “A Ponte de San Luis Rey” faz a gente pensar sobre uma porção de coisas. Será que existe uma providência subjacente à aparência da realidade? Em não existindo essa providência, o ser humano estaria entregue à própria sorte ou ao sabor do acaso? A ponte é uma metáfora de nossa travessia pela existência? Se viver é caminhar sobre uma ponte, onde estariam as duas extremidades da mesma? Como saltar dessa ponte que nos guia sem tirar nossa liberdade para saltar dela?  Porque os inocentes sofrem e os culpados não sofrem? 

O filme lembrou-me o pensamento de Guimarães Rosa e seu conceito de “travessia”. Viver é algo que só se aprende vivendo. Só se aprende o caminho quem se aventura a caminhar. Mas caminhar é um grande risco e por isso, “viver é perigoso”. O perigo se esconde em cada curva e em cada beco. Mas, como a vida é boa! É adrenalina pura! Finalmente, cito uma fala do Filme “Zorba, o Grego:” Viver é ter problemas. A “morte é que não é problema”. Mas, a vida não é só problema. Zorba sabia e por causa disso, verdadeiramente se incorporava na hora da dança.

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