Avatar

A palavra “Avatar” vem do universo religioso Indu e quer dizer algo como reencarnação de uma divindade ou, mais precisamente, reencarna...


A palavra “Avatar” vem do universo religioso Indu e quer dizer algo como reencarnação de uma divindade ou, mais precisamente, reencarnação de Vixnu. Em nosso caso, vai ser nome de filme mesmo. Um mega filme que, pelo visto, custou cerca de 400 milhões de dólares! Mega não quer dizer bom. Na verdade, trata-se de um longo filme que não distinguiria em nada de outros se não fosse os múltiplos recursos de computação gráfica e a tecnologia de última geração (terceira dimensão – 3D) empregada em sua montagem…

O enredo é curioso. A ação se desenvolve em Pandora, lua que gira em torno de um planeta gasoso chamado Poliphemus, em Alfa Centauro. Nesse planeta vivem os “Na´vi”, uma raça de humanóides primitiva. O ar desse lugar é irrespirável para um ser humano. Por isso, os cientistas criaram uma raça híbrida de humanos com Na´vi chamados de avatares. Os avatares são controlados pelos humanos por meio da projeção de suas consciências. O objetivo dos humanos é claro: controlar o planeta para obter lucros ainda que isso custe a morte dos Na´vis. Acontece que um dos avatares se apaixonou por uma Na´vi e acabou mudando de lado. Uma grande guerra se trava e os Na´vis vencem com a ajuda de suas divindades como a força da natureza que se fez ouvir graças a uma “oração” feita sob a sombra da árvore sagrada.

O que me chamou a atenção no filme foi o universo religioso onde ele se passa mesmo sob um pano de fundo científico como no caso da projeção das conciências. As palavras: avatar, polifemo, alfa, pandora e outras, que aparecem no filme, vêm todas do universo religioso. Além disso, temos a presença da árvore sagrada, energia dos espíritos e diversos rituais que lembram os rituais religiosos. Na sala do cinema a gente espera 164 minutos para ver que a vitória dos Na´vis sobre os humanos só acontece por causa da intervenção da divindade “Mãe natureza”.

O autor do filme, James Cameron, mesmo diretor de Titanic, é formado em física, pela Universidade da Califórnia e estudou filosofia. É apaixonado pela literatura e ficção científica. Seu currículo, obviamente influencia sua produção. O lado religioso, no entanto, está presente o tempo todo. O conceito de espírito ou forças espirituais aparece como energias com as quais fazemos conexões. Em Pandora há uma grande reverência para com o mundo espiritual cujas energias são percebidas na natureza. Diante da árvore sagrada se ajoelham e “rezam”. Essa mesma preocupação com o sagrado não existe do lado dos conquistadores que só pensam em dominar ainda que seja preciso destruir tudo. Isso parece uma crítica às diversas formas de colonizações conhecidas. Em nosso caso, por exemplo, quantas famílias indígenas sobraram da colonização portuguesa? O filme faz pensar.

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