Arte culinária

Tenho muitas tarefas todos os dias, mas aos domingos é pior ainda. Às vezes, não tenho tempo nem mesmo de respirar. Só de vez em quando, dá para tirar umas duas horas para ficar em casa. Aí então, corro para a cozinha e começo minhas “estrepulias”. Para executar minhas receitas, preciso me certificar se ninguém está por perto. Vai que a receita dá errada e alguém vê? Se tiver pessoas por perto você não pode dizer que está em pleno ritmo de aventuras... 

Hoje, foi demais! Apanhei uma boa fatia de queijo na geladeira, coloquei um pouco de óleo na panela (na verdade, uma frigideira, isso faz toda a diferença!) reduzi a chama do fogão e feito alquimista comecei a sessão de magia. Pus uma generosa fatia de queijo sobre a panela, digo, frigideira, ainda meio fria. Tive paciência, esse é o segredo. Para aumentar meu isolamento social começou uma chuva fininha lá fora. Então tive certeza que ninguém me chamaria ao portão. Gente foi um milagre! O queijo reagiu com o fundo quente da panela (frigideira) e começou a liberar uma “casquinha” irresistível.  Consegui me conter e fui tirando aquilo tudo para depositar sobre a farinha que já esperava no prato. Em outros tempos ia direto para a boca! Ah, já ia me esquecendo de explicar que o queijo era desses especiais: durinho e com umas letras em baixo relevo. Comprei num supermercado, mas não digo o nome para manter o segredo da receita. Com a barriga cheia pensei em fotografar o prato, afinal uma imagem vale muito. Mas, já era tarde. Pensando bem, poderia convidar você para provar essa receita comigo, embora repetir receita é um grande risco e nem sempre se pode garantir a solidão necessária à sua execução. Talvez, eu me aventure, mas vou logo dizendo: Traga um queijo novo para compensar o que você vai comer... 

Um pedaço de queijo assado na panela (frigideira) vale uma vida. Ô coisa boa, gente!