Comunicação e Violência
O coração acelera e respiração se torna ofegante. Basta um pequeno motivo e todo nosso corpo se transforma. À menor ofensa recebida e j...

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O coração acelera e respiração se torna ofegante. Basta um pequeno motivo e todo nosso corpo se transforma. À menor ofensa recebida e já estamos prontos ao contra-ataque. Desde criança somos treinados a não levar desaforos para casa. Agimos próximos à Lei do Talião: Bateu levou! Atitudes violentas marcam nosso cotidiano no trânsito, na família e no local de trabalho. Até mesmo os espaços de lazer como os estádios de futebol se transformam em ringues para as torcidas “organizadas”. Alguém vai ao estádio se divertir e recebe, sem ver, uma paulada na cabeça... Como mudar essa realidade selvagem?
Penso que precisamos de um conjunto de medidas, que passam pela educação em todos os níveis, mas, sobretudo, precisamos mudar o que se veicula nos grandes meios de comunicação. Atualmente, grande parte da programação televisiva é marcada pelo sensacionalismo, exibição da violência, glamorização do crime e banalidades. Esse problema não é só da TV. Infelizmente, está também nos demais meios de comunicação. Presos à questão econômica, os meios de comunicação se tornam reféns de audiência a qualquer custo. Devem “plantar bananeiras” para prender a atenção do público, que nem sempre, seleciona o que consome.
“Há procura obsessiva por ouvintes, telespectadores e leitores a partir dos critérios mercantis de índices de audiência. Isso resulta, na maioria das vezes, em perda de qualidade da programação, induzindo a comunicação social a se tornar sempre mais banal e vulgar”. Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil, Nº 26
O Diretório de Comunicação, elaborado recentemente, pela CNBB, nos alerta quanto a isso e diz que diante desse quadro devemos reforçar nossa capacidade de critica e avaliação a partir dos valores humanos, éticos e cristãos. De fato, quanto mais cresce a dependência econômica dos meios de comunicação, mais devem ser buscados os critérios éticos que visem à dignidade da pessoa, à liberdade e ao bem comum.
Precisamos entender que a sociedade é formada por pessoas e se a violência cresce é porque as pessoas estão mais violentas. Mas, como chegar ao coração da pessoa? Cada um deve questionar a si mesmo: será que não estou precisando ser mais tolerante? Tolerância e paciência são dons que precisamos pedir a Deus. São João Maria Vianney dizia que, uma hora de paciência valia mais que um mês inteiro de jejuns... Dizia, ainda: O homem que tem a felicidade de conservar a paciência e a mansidão é na sua calma, uma imagem visível de Deus...
Vamos refletir sobre isso. Jesus, manso e humilde de coração. Fazei o nosso coração semelhante ao vosso!