Di-Vago

É. Parece que alguém já passou por aqui. Uma voz solitária murmura, entre escombros, numa tarde qualquer. Há marcas no chão. R...


É. Parece que alguém já passou por aqui.
Uma voz solitária murmura, entre escombros, numa tarde qualquer.
Há marcas no chão. Rastros de ruínas e lamas antigas.
A terra mais que trincada desencoraja  as flores.
Quem terá sido meu Deus?- alguém insiste em questionar.
A sucessão dos dias é indiferente à  vida que passou.
No futuro, alguém dirá isso de mim e não se trata de ser pessimista.
O tempo se encarrega de apagar as memórias…
E esse alguém, que talvez, nem tenha nascido, sairá do campo santo, indiferente, para tomar, um prato de sopa.
E prá onde irá meu sentimento de onipotência?   Serei poeira do chão onde as formigas deixarão rastros e dejetos!
O que importa o que fiz, sonhei ou deixei de fazer? Também sou vítima de cronos, esse deus perverso, que devora, prazerosamente, os filhos.
Quem há de se preocupar com a preservação de minha memória? Você? Não. Com certeza, estaremos partilhando da mesma sorte.
A quem interessará se hoje como pão queijo, pamonha ou rapadura? A roda do tempo tudo desfaz. Desfaz até as vaidades.  Vaidade das vaidades. Tudo passa debaixo do sol.
Mas, nem tudo está debaixo do sol…

Imagem de Jose B. Garcia Fernandez por Pixabay 

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