Folia de Reis

“Os três reis quando souberam, viajaram sem parar, ô viajaram sem parar. Cada um trouxe um presente, pró Menino Deus saudar, ô pró Me...


“Os três reis quando souberam, viajaram sem parar, ô viajaram sem parar. Cada um trouxe um presente, pró Menino Deus saudar, ô pró Menino Deus saudar...”
Assim cantam os participantes da Folia de Reis em suas apresentações.  A simplicidade dos versos e das vestes não esconde a beleza do que representam. Em suas cantorias revivem a visita dos Magos à Gruta de Belém. Com sabedoria mostram a diversidade dos povos que vão adorar o recém-nascido. Um deles é negro, outro branco e o outro pardo.  Cada um oferece ao Menino Jesus o que levava de melhor consigo: Ouro, incenso e mirra. 
Sem o conhecimento bíblico dos judeus os Magos perceberam os sinais de Deus na estrela. A natureza também fala do criador. Os Magos eram homens do conhecimento, mas buscavam, sobretudo, a sabedoria que só Deus pode dar. Ao verem o sinal da estrela se põem em marcha em direção à capital Jerusalém. Mas, na capital havia “estrelas” demais e cada uma queria brilhar mais que a outra... Para localizar a estrela-guia buscaram a periferia. Belém (casa do pão) situa-se a 08 km de Jerusalém. Era a cidade de Davi, o rei-pastor. Lá encontraram o Menino e sua Mãe. Diante dele se prostraram e ofereceram o que tinham de melhor. Quanta lição se pode tirar desse episódio!  Às vezes, damos a Deus apenas o que nos sobra. Nem sempre, temos a perseverança dos Magos, que só encontraram o Menino Jesus, após enfrentarem muitas dificuldades. Temos resistências em curvar nossas cabeças diante de Deus.
Os Magos perceberam o que nem os filhos de Israel haviam percebido: O nascimento do Messias. O Templo de Jerusalém e sua burocracia havia se tornado um peso na vida dos mais pobres. Jesus nasce no silêncio de uma gruta e longe das disputas de poder. A simplicidade do presépio nos ensina a ser mais despojados e simples. Para encontrar esses valores entremos na comitiva dos Magos e “caminhemos sem parar”...
A Folia de Reis reconstitui de forma teatral a cena da epifania (manifestação de Deus ao mundo, às nações). No grupo chama nossa atenção a figura dos “palhaços”. Eles fazem o papel do bobo da corte, cuja atuação, servia para distrair o rei e seus convidados. No caso, eles pretendem distrair Herodes para que não encontre o Menino Jesus. 
A Folia de Reis veio de Portugal para o Brasil nos tempos coloniais, mas aqui ganhou novos elementos de nossa cultura, como por exemplo, o uso de bastões e penas, objetos indígenas.  A visita dos Magos, encenada pelos foliões acontece ao som dos tambores e acordeons. As danças e trejeitos não poderiam faltar num povo como o nosso que tem tanto jogo de cintura...

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay 

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