Inveja do Sol
“... Esse homem que se atormenta e se agita parece querer dizer ao sol: - Sai daí; deixa-me iluminar o mundo em teu lugar!” – Um dia ess...
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“... Esse homem que se atormenta e se agita parece querer dizer ao sol: - Sai daí; deixa-me iluminar o mundo em teu lugar!” – Um dia esse homem orgulhoso será reduzido quando muito a uma pitada de cinza que será arrastada de riacho em riacho até ao mar...
O pensamento acima é de São João Maria Vianney, em seu “Catecismo sobre a Salvação.” Vianney, apesar de sua fama de pouca inteligência, tinha, de fato, uma sabedoria própria das pessoas diretamente iluminadas por Deus. Sua fala era simples, clara e direta. Não perdia tempo em rodeios àquele cuja maior preocupação era com a própria salvação e com a salvação das almas. Ele não tinha tempo a perder e, por isso, dizia:
Como no momento da morte havemos de lamentar o tempo que tivemos dado aos prazeres. Às conversas inúteis, ao repouso em vez de o termos empregado na mortificação, na oração, nas boas obras, em pensar na nossa pobre miséria, em chorar o nossos próprios pecados! É então que vemos que nada fizemos para o céu.
Pe. Vianney ia direto ao ponto. Talvez, por isso, muita gente viajava longas distâncias para assistir às suas catequeses. Pra ele Deus nos pôs nesse mundo porque nos ama e quer salvar-nos. Para que sejamos salvos precisamos conhecer, amar e servir a Deus. O resto é tempo perdido.
As pessoas do mundo dizem que é muito difícil fazer a própria salvação. Entretanto, não há nada mais fácil: - Observar os mandamentos de Deus e da Igreja e evitar os sete pecados capitais. Ou então, se quiserdes; fazer o bem e evitar o mal; é só isso!
No caminho da salvação é preciso esforço e coragem. O importante não é começar bem; nem todos os santos começaram bem; o importante é acabar em. Nessa vida tudo passa, mas o céu e o inferno não passam. Por isso, é preciso tomar cuidado e saber orientar bem a própria vida enquanto temos chances de mudar-lhe o curso.
A constatação que a vida é passageira e que não somos mais que um punhado de pó deveria ser algo presente em nossas escolhas. Alguns, se pudessem, apagariam o sol para brilharem e seu lugar... Pobres de nós! O que somos de verdade? Grande parte dos homens trabalha para satisfazer o corpo material que vai, em breve, apodrecer sob a terra, e não pensam na alma que poderá ser eternamente feliz ou eternamente desgraçada! Nós damos a nossa mocidade ao diabo e nossos restos a Deus que é tão bom que se digna ainda de sustentar-se com eles...
Em nosso mundo atual o que não faltam são propostas e receitas de bem viver. Talvez, tudo seria mais fácil, se aceitássemos as propostas de um santo como Vianney que, antes de dar-nos a receita, usou os próprios remédios nela indicados. Pense nisso!