Pescadores de homens

Às vezes me pergunto: Por que será que Jesus chamou tantos pescadores para formar seu primeiro grupo de apóstolos? Num grupo de doze, pe...

Às vezes me pergunto: Por que será que Jesus chamou tantos pescadores para formar seu primeiro grupo de apóstolos? Num grupo de doze, pelos menos quatro (talvez, mais) eram pescadores.  No tempo de Jesus não havia tantas profissões como hoje, mas é certo que, se Ele quisesse, poderia ter variado mais.

Os pescadores daquele tempo, nem de longe se assemelhavam aos de hoje. Hoje, temos verdadeiras empresas de pesca. Se deixarem, arrancam até a areia dos rios e dos mares! Não é uma pesca para a sobrevivência, mas para garantir lucros, cada vez maiores... Temos, por outro lado, uma forma de pesca esportiva, um lazer de férias. Uma de nossas músicas pergunta: “Tá nervoso? – Vai pescar...”.  O pescador de nossos dias, ainda tem fama de preguiçoso e mentiroso. “Isso é estória de pescador”, afirmamos, para confirmar uma mentira.
O pescador no tempo de Jesus era um lutador pela sobrevivência. Passava noites inteiras tentando arrancar das águas o pão de cada dia.  Cada barco deveria medir cerca de oito metros de cumprimento por dois de largura. A tripulação deveria contar de cinco ou seis pescadores. O mar da Galiléia é um grande lago com 20 km de cumprimento por 11 de largura. É cercado de encostas rochosas e tem ao norte o Monte Hermom que é gelado. No inverno, os ventos gelados podem agitá-lo e, no verão, pode chover repentinamente, em qualquer hora do dia ou da noite. 

Os pescadores eram batalhadores pacientes. Mesmo com tantas experiências, eles não viam os peixes. Eram pessoas que se destacavam pela paciência. Às vezes, trabalhavam duro, a noite toda, e não conseguiam pescar nada. O barco era remado nos braços. Ele tinha que transportar os peixes e os equipamentos (redes, tochas, alimentos, vestuários, cordas...).  Não deveria ser nada confortável, trabalhar à noite e tentar iluminar as águas, com as fracas luzes das tochas. Sob a chuva, a tarefa deveria ser ainda mais penosa.  Não havia romantismo nessa profissão!
Jesus forma seu primeiro grupo apostólico com boa parte de pescadores. Ele mesmo entrava no barco dos pescadores diversas vezes. Precisava de homens corajosos para serem seus seguidores. Para ser pescador era preciso muita coragem, ânimo, paciência e determinação. Ora, não são, exatamente, essas as virtudes, necessárias ao apostolado de todos os tempos? 


Os pescadores, no tempo de Jesus, trabalhavam em equipe. Um ajudava o outro. Não existe trabalho pastoral sem a força da equipe. Mas, as equipes precisam de comando. Caso contrário, se perdem no mar das vaidades humanas. Pedro foi constituído chefe do grupo. Hoje, essa coordenação, também é necessária para que a embarcação não se perca ou fique navegando à deriva. 

A Igreja, sempre foi representada pela barca. Ela não pode ter o peso de um trem de ferro, mas a leveza do barco que sabe navegar sobre as ondas sem se afundar. Numa tripulação costuma ter de tudo. Uns, ajudam a navegar, outros, simplesmente, se prostram na proa e outros, remam ao contrário. Daí, a necessidade de uma coordenação, que seja habilidosa, caridosa e enérgica para agir com firmeza na hora certa. 
Cabe ao pescador lançar as redes. Ele não vê os peixes. Conta, muitas vezes, com a sorte. Cabe à Igreja também lançar as redes e contar com a obra da graça divina. Quem lança as redes nem sempre vê os frutos. Nem por isso, deve desanimar. “Somos servos inúteis...” A resposta ao trabalho, depende menos do nosso esforço e mais das graças de Deus...

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