Primeiro vôo da grande águia

Após a morte de Pe. Balley – Cura de Écully (França), no dia 17 de dezembro de 1817, o que poderia ser esperado, por muitos, não acontec...

Após a morte de Pe. Balley – Cura de Écully (França), no dia 17 de dezembro de 1817, o que poderia ser esperado, por muitos, não aconteceu. Pe. Vianney, seu auxiliar, não o substituiu na Paróquia. Foi transferido para a Capelania de Ars-en-Dombes, da Paróquia de Mesérieux, dois meses depois. No dia 13 de fevereiro de 1818 foi instalado, portanto, como “Cura” de Ars, uma pequena vila com, aproximadamente 230 habitantes.  Nessa paróquia permaneceu cerca  de  42 anos!  Sua pequena mudança ele a transportou numa carroça; alguns livros e poucos trastes pessoais organizados pela tia Bibost, que o acompanhou à nova paróquia. Informado por alguns pastores ajoelhou-se e rezou ao saber onde começava o território da paróquia. 
“Em Ars não há muito amor a Deus, o senhor o despertará” – essa foi a recomendação que lhe fizera o Vigário Geral. E foi, precisamente, isso que ele fez ao longo de seu trabalho. A Igreja passou  a ser, praticamente, sua residência. Sua fé eucarística, sua vida de oração e seu zelo pela confissão dos fiéis chamou logo a atenção de todos. A Hóstia Consagrada era, verdadeiramente, alguém para ele. Era alguém que se via, tocava e escutava... “Quando se comunga, a alma fica inundada pelo bálsamo do amor, como a abelha nas flores, afirmava”!  “- Quando comungardes, se alguém vos disser: Que levais vós para a vossa casa? – Podereis dizer: Levamos o céu”, dizia o santo padre. 
O que se viu na Capelania de Ars foi uma grande transformação. A Igreja, aos poucos, foi reformada, as confrarias restauradas e os pobres amparados.  Pe. Vianney visitou todas as casas e procurou conhecer todos os paroquianos. Sua caridade com os pobres era infinita. Quase tudo o que ganhava distribuía com eles. “ Como ficamos felizes quando os pobres vem pedir-nos; se eles não viessem, seria necessário ir procurá-los, e nem sempre, temos tempo”, dizia. Costumava chamar o bolso de sua batina de “bolso de lançadeira”, pois nenhum dinheiro parava ali.  Aos poucos o povo das redondezas foi percebendo a grande santidade daquele padre simples e austero.  Muitos vinham de longe para se confessar com ele e voltavam transformados para suas casas. 
Certa vez, perguntaram a um advogado de Lion,  que voltava de Ars  sobre o que ele vira na pequena cidade: “Vi Deus num homem”, foi o que respondeu, referindo-se ao Cura D’Ars. Esse relato chegou a nós, graças à Catarina Lassagne, uma camponesa de Ars, que melhor descreveu o Padre Vianney.  Ela foi responsável pela “Casa da Providência”, um orfanato para meninas pobres, criado pelo santo padre. 
Vianney, também chamado de Cura D’Ars, é o patrono e modelo de todos os sacerdotes. Oxalá, os paroquianos também possam dizer a respeito do pároco: Vi Deus num homem!

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