Velar ou revelar
Em minha experiência percebo que, alguns de nós, em vez de revelar o rosto de Cristo ao mundo, acabamos fazendo o contrário. Anunciar a...
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Em minha experiência percebo que, alguns de nós, em vez de revelar o rosto de Cristo ao mundo, acabamos fazendo o contrário. Anunciar a boa nova (Evangelho) é principal tarefa da Igreja. Entendo ser Igreja o Magistério (papa, padres, diáconos e bispo) e o conjunto dos batizados. Mas, nesse “conjunto dos batizados,” qual a porcentagem, de fato, abraça a missão dada por Cristo?
Reuniões, nós temos de sobra! Mas, deveríamos nos perguntar: Qual a motivação profunda que me traz aqui? Se a motivação não for o interesse por Cristo, então a coisa parece estar fora do eixo. Sei que é nobre uma reunião para planejar um evento filantrópico. Mas a Igreja não é uma Ong (Organização não governamental), conforme disse o Papa Francisco. O foco de tudo, em nossa vida cristã tem que ser Cristo. Ser Igreja não é apenas fazer parte de um grupo que luta por causas humanitárias, mas revelar (descobrir) o rosto de Cristo ao mundo.
Ao falar sobre as causas do ateísmo contemporâneo, o Concílio Vaticano II, alertou-nos há 50 anos:
“Por negligência na sua educação religiosa, ou por uma exposição falaz da doutrina, ou mesmo pelas faltas que cometem na sua vida religiosa, moral e social, se poderia dizer que alguns cristãos mais velam do revelam a face genuína de Deus e da religião” (Conc. Vat. II, Consti. Gaudium et spes, 19 – grifo nosso).
O alerta do Concílio não deixa de muito grave. Em outras palavras ele afirma que alguns, em vez de colaborar com a missão da Igreja acabam fazendo o contrário. Isso acontece por diversas razões, inclusive, pelo mau exemplo, dos cristãos.
O mandato missionário de Cristo é imperativo: Ide a todo o mundo e anuncie o Evangelho a toda criatura! Ele não pede, mas ordena: Ide! Devemos, entretanto, anunciar o Evangelho como uma proposta amorosa de vida e não como imposição. Não podemos anunciar o Evangelho da salvação à ponta de baionetas! Por outro lado, precisamos estar vigilantes e ativos. Por isso, vale à pena perguntar a mim mesmo: Tenho me esforçado para revelar Cristo ao mundo ou tenho sido omisso? Sou uma pedra viva ou pedra de tropeço, nesse processo? Procuro levar a sério a minha fé ou sou apenas uma cana agitada pelo vento? Pense nisso, e se for o caso, mude de vida!