Cozinhar o galo
Na Bíblia temos alguns casos clássicos de vocação. Vocação é chamado divino para uma missão. Um dos casos bonitos de vocação foi o...
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Elias partiu daí, e encontrou Eliseu, filho de Safat, arando com doze
juntas de bois em fila, ele com a
última. Elias passou perto dele e atirou-lhe o manto. Então Eliseu, deixando os
bois, correu atrás de Elias e lhe pediu: - Permite que me despeça de meus pais,
depois retorno e te sigo. Elias lhe disse:
- Vai, mas volta. Quem te impede? Eliseu afastou-se, pegou a junta de bois
e os ofereceu em sacrifício; aproveitou a lenha do arado para assar a carne e convidou sua gente,
Depois levantou-se e seguiu Elias e se pós a seu serviço.
No Evangelho Jesus é mais exigente do
que Elias, pois afirma: - Quem põe a mão no arado e olha para trás não está
apto para o Reino de Deus (Lc 9,62). Eliseu pelo menos pode despedir-se dos
amigos e fazer um churrasco de “despedida de solteiro”, antes de seguir o
profeta.
A reação dos discípulos após o
convite de Jesus é surpreendente. “Imediatamente, deixaram as redes e seguiram
Jesus” (Mt 4, 18-22). Deixar as redes e os barcos era deixar para trás toda a
segurança que possuíam. Era trocar o certo pelo duvidoso... Pelo visto, não
pensaram duas vezes para responderem de
forma positiva ao chamado de Jesus. Aí fica um grande exemplo para todos nós
que somos lentos demais para atender aos apelos de Deus. Ficamos agarrados às
nossas seguranças ainda que não passem de barco furado.
Existe uma expressão conhecida entre
o nosso povo que define bem um gesto de má vontade: - “Cozinhar o galo”.
Cozinhar um galo, pelo menos, antes do fogão a gás e panela de pressão, era uma
tarefa, extremamente, demorada. O galo tinha a carne dura e custava a chegar ao
ponto de cozimento. Uma pessoa que fica “cozinhando o galo” é uma pessoa que
protela sempre suas decisões.
Quando Deus nos chama não podemos ter
má vontade para com Ele. Devemos atendê-lo com prontidão. Os discípulos não “cozinharam
o galo”. Imediatamente, deixaram tudo para atender ao convite de Jesus. Isso é,
para todos nós, uma grande lição. Diante desse exemplo, devemos interrogar
sobre nossas prioridades e opções. Quando Deus ocupa o primeiro lugar em nossas
vidas então temos pressa em atendê-lo. Quando os nossos interesses são
prioridades a vontade de Deus fica relegada ao segundo plano. Isso não é
aconselhável para quem não sabe quando irá morrer. Pode ser que sejamos
surpreendidos pela morte, de forma imprevisível. Nesse caso, pagaremos caro por
cozinhar o galo indefinidamente...
Imagem de Studiolarsen por Pixabay
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