Porque você chora?

  Não existe experiência mais humana do que o choro, mas por alguma razão a vida tirou de alguns essa reação tão natural.   Parece que confu...

 


Não existe experiência mais humana do que o choro, mas por alguma razão a vida tirou de alguns essa reação tão natural.  Parece que confundiram o ato de chorar com fraqueza ou sentimento feminino. Quem disse que somos fortes ou que temos que ser fortes o tempo todo? Não chorar, para alguns, é sinal de força, mas, certamente,  confundem força com repressão ou machismo. Quem nunca ouviu a expressão machista? -“Homem não chora!” Isso demonstra muita ignorância. Até Jesus chorou estando entre nós. Chorou no Getsêmani e chorou na morte do amigo Lázaro. Chorar é humano! Mas, às vezes, é bom se perguntar por que choramos e quais são os motivos de nossos prantos. Pode acontecer que choremos por coisas que não valem a pena ou por coisas pequenas demais.

O Profeta Jonas se lamentava por uma planta que secou sobre sua cabeça tirando-lhe a sombra e, enquanto se lamentava, por essa bagatela Deus o questionou: - Você chora por uma simples mamoneira que secou e não se importa que pereça uma cidade inteira? (Jn 4, 6 - 11). Somos parecidos com Jonas quando filtramos uma formiga e engolimos um elefante. Choramos por coisas miúdas e não nos sensibilizamos com as grandes questões. Lamentamos a morte de nosso pet de estimação e não ligamos para a morte de tantos seres humanos vitimados por guerras ou tragédias.  Choramos o leite derramado e não evitamos derramamento de sangue.

Se você for capaz de chorar eu lhe parabenizo por isso, pois é sinal que você é humano. Mas, porque você chora? No velório você chora pelo morto, que nem conhece, ou chora por si mesmo?  Nosso pranto costuma ter data de validade, mas, alguns parecem não observar o rótulo. Não faz sentido, ainda chorar, por algo ocorrido há cinquenta anos! Esse choro deve ocorrer por qualquer coisa, menos pelo motivo alegado. Choramos pelo fato e pelo pacote inteiro, pois, guardamos conosco um pote de lágrimas que não se derramaram na hora certa.

No velório é permitido chorar mas, nem sempre choramos pelo morto. Quem chora de graça, ou mediante pagamentos são carpideiras, mas, ao que parece, essa profissão não existe mais. O choro é livre, mas deve ocorrer por alguma razão que o justifique. Confesso não entender que alguém chore, copiosamente, em cada Natal... Seria melhor economizar as lágrimas para a quaresma, pois, Natal é tempo de festa e de alegria. Eu sei que alguns choram de alegria também. Esse caso é mais raro, mas costuma acontecer. Você chora pelos outros ou por si mesmo? Chora a de graça ou a própria desgraça? Pense nisso!

Imagem de Alexa por Pixabay

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  1. Terminando a leitura da crônica, escolho responder a pergunta sobre o motivo que me levaria às lágrimas.
    Choro sim ao ver as atrocidades de uma guerra, já chorei quando aparece crianças e adultos disputando comida, o que temos visto. Já chorei ao ver um rio como o Paraopeba contaminado. Fico pesarosa com a perda dos meus amores, como aconteceu a poucos meses com morte da cachorrinha Luna que foi por alguns anos minha companheirinha. Ja chorei com o corte covarde de árvores.
    Não chorei no velório de minha mãe, mas agradeci e entendi que ela teve alívio e assim também aconteceu 22 dias depois no velório do meu pai que estava com metástase, para eles a missão muito bem cumprida tinha chegado ao fim.
    Bem, assim termino meu comentário dizendo que a saudade não morre, a gente acostuma com ela. Choro principalmente quando me sinto impotente para mudar o que precisava.

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  2. Eu choro quando vejo testemunhos de superação, por doenças, acidentes, discriminações, etc... Um combustível na minha vida e buscar superações. Cada novo desafio, abraço com muita vontade de superar. E Deus tem dado esses desafios.

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