Apanhou do diabo
A estória é pedagógica e foi contada por Santo Afonso Maria de Ligório. Baseado na leitura de seus livros é que surgiu esse texto....
https://ggpadre.blogspot.com/2016/12/apanhou-do-diabo.html
Na noite de natal,
durante a missa um homem dava pouca atenção à liturgia. Nem se tocou ou menos
se inclinou ao ouvir a expressão: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”.
Estranhamente, naquela hora esse homem levou um grande tapa na cara e uma
repreensão do diabo: - Ingrato, disse-lhe o demônio. Lembram-te que Deus se fez
carne por ti e tu nem te dignas a inclinar-te ao ouvir essa nobre verdade? Ah! Se Deus tivesse feito outro tanto por mim eu
mesmo lhe ficaria eternamente grato. E tu nem te tocas?
O Milagre da Encarnação, de fato, deveria levar-nos a uma
conversão continuada. Jamais fomos
merecedores de tamanha atenção por parte de Deus. Nunca entenderemos bem a
grandeza do amor de Deus. Foi por causa desse amor que Ele, o Criador
Onipotente, tornou-se filho de sua própria
criatura! Isso, mesmo. Deus não teve receio em assumir a nossa condição igual a
nós em tudo, menos no pecado. Vestiu-se
da nossa humanidade a Divindade onipotente!
Dizem que Alexandre Magno, ao conquistar os persas quis
vestir-se à moda deles para conquistar-lhes a simpatia. Apesar do exemplo não
ser dos melhores, penso que, foi exatamente, isso que fez o nosso Deus. Veio
até nós, do nosso jeito para nos ganhar a todos. Assumiu, por amor, a condição
de escravo e morreu, injustamente, condenado por amor.
No livro, Encarnação, nascimento e infância de Jesus Cristo,
Santo Afonso nos relata mais uma estória para falar desse amor de Deus por nós:
Havia um monge que ao
rezar sempre se deparava com um lindo menino que se colocava ao seu lado. Por
mais que o monge tentasse reter a presença daquele menino ele acabava fugindo
misteriosamente. Mas, aconteceu, que num determinado dia, o menino lhe apareceu
durante suas orações e, dessa vez, trazia nas mãos um par de algemas douradas.
Pedia que fosse algemado e tomado por escravo. O monge não pensou duas vezes.
Algemou o menino no próprio coração. A partir de então, sempre que rezava sentia
o Menino Jesus sorrindo para ele de
dentro do seu coração. Tornou-se seu escravo por amor...
Foi o grande amor de Deus por nós que o levou a tornar-se um
de nós. De diversos modos Deus sempre beneficiou o seu povo. Mas, no Mistério
da Encarnação Deus se extrapolou. Foi a própria misericórdia que se dignou descer ao mundo dos miseráveis;
a verdade que veio em pessoa ao mundo marcado pela mentira; a vida mesma que desceu
à mansão dos mortos para buscar os filhos de Adão que, de outra forma,
estaríamos irremediavelmente perdidos...
Com simplicidade e pobreza Jesus veio a nós, para nos ensinar
que o amor nos põe fora de nós. Ele realiza o movimento contrário ao egoísmo. Enquanto
esse nos leva em direção a nós mesmos, o amor nos rapta de nós mesmos e nos
leva na direção do outro. Tai, uma boa
sugestão para celebrarmos bem a festa do natal. Ir em direção ao outro,
sobretudo, daqueles que mais sofrem e são esquecidos. Ser cristão é colocar-se,
dia após dia, como seguidor dos passos de Jesus. Que Ele nos abençoe e nos
ajude nesse empreendimento!