O esquilo listrado e a parte de cada um
O Ramayana é um texto clássico indiano formado por 24 mil versos! É uma grande narrativa composta por centenas de pequenas histórias...
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O Ramayana é um texto clássico indiano
formado por 24 mil versos! É uma grande narrativa composta por centenas de
pequenas histórias que se interligam por um fio condutor. Tudo acontece contra
ou a favor do Dharma, uma lei cósmica e imutável para os deuses e homens. O cerne da narrativa é uma história de amor
entre o Príncipe Rama e sua amada Sita. Na verdade, Rama é um avatar de Vishu
(Sr. Narayana) e Sita um avatar da deusa Lakshmi (deusa da fortuna).
Certa ocasião, quando Rama e Sita
estavam refugiados na floresta Dandaka ela foi sequestrada pelo “Demônio”
Ravana e conduzida, à força, num carro alado até o Reino de Ravana em Lanka. A
narrativa toda gira em torno desse fato. Rama empregou todas as suas forças e
juntou forças aliadas para trazer Sita de volta.
A terra de Lanka ficava muito
distante, ao sul da Índia. Além da distancia, era protegida pelas águas do mar.
Graças ao esforço e habilidades de Hanuman, o deus macaco, o esconderijo de
Sita foi encontrado. Hanuman era filho do deus-vento (Vayu) e podia voar pelos
ares. Isso possibilitou sua viagem até a distante terra de Lanka. Mas, esse foi
só o começo da luta. Era preciso trazer Sita de volta. Enquanto, isso, Rama
permaneceu em vigília durante muitos dias. Olhava para ao mar e perguntava a si
mesmo: Como irei transpô-lo? Ele, no entanto, havia jurado por si mesmo, que
nunca deixaria o sentimento de tristeza abatê-lo. Então, pediu aos deuses
Samudra (Oceano) e Varuna (deus das águas), que viessem ao seu encontro e lhe
dessem uma luz. O oceano permanecia mudo. Mas Rama era um homem de ação. Desafiou o
silêncio do mar quando disparou contra ele uma poderosa flecha. A seta voou
silvando e rasgando as águas. Conchas marinhas e pedras aquáticas, fumegantes
voaram pelos ares. Rama chamou os ventos. Ondas pesadas ergueram-se e a água transformou-se num
redemoinho. Foi assim, que ele acabou sendo atendido pelo deus do mar.
Samudr (deus oceano), não pode
ficar indiferente diante das atitudes de Rama. Levantou-se, pesadamente, de seu
leito e depois de um diálogo com o herói deu-lhe a dica de que ele precisava. Falou de Nala, o macaco
filho de Viswakarman (arquiteto celeste
e senhor das artes). Contou-lhe que Nala nascera com um defeito. Tudo o que ele
atirasse na água não afundaria. Estava ali, o segredo para a construção da
ponte que o levaria a Lanka. Uma “senhora
ponte”, de aproximadamente, cem léguas! Com a permissão de Samudra e a ajuda de
homens e animais Rama deu início à obra. Nala lançava as pedras na água e os demais
bichos iam entrelaçando-as e finalizando o trabalho.
Para contruir a ponte Rama
convocou uma legião de macacos, coordenada por Sugriva e um grande número de
ursos coordenados por Jambavan. No décimo
quinto dia a ponte estava pronta e Lanka poderia ser atacada. Isso é que foi
determinação!
Enquanto os grandes bichos
carregavam pedras enormes, quase pisavam num grupo de esquilos que caminhavam,
nervosamente, de um lado para outro da construção. Até que alguém percebeu aquele
vai e vem de esquilos e quis investigar
o que eles faziam. Então, perceberam que os esquilos molhavam-se na água e em
seguida rolavam-se na areia da praia. Depois disso corriam sobre a ponte
balançando seus corpinhos para que a areia pudesse cair entre as pedras
unindo-as com firmeza. Dessa maneira, mesmo sem serem percebidos, prestaram um
grande serviço. Ao saber disso, Rama quis agradecê-los de forma original.
Deslizou três dedos pelas costas dos bichinhos. É por isso que, até hoje, os
esquilos indianos carregam três listras pretas sobre as costas. São as marcas
dos dedos de Rama. Um sinal de gratidão àquelas criaturinhas tão pequenas que
prestaram um grande trabalho na construção da ponte.
O ensinamento moral dessa
história não é difícil de ser notado: Não importa o seu tamanho. Cada um, à sua
maneira, pode contribuir para o bem de todos!
Imagem de denkendewolke por Pixabay
Imagem de denkendewolke por Pixabay
Muito bom saber mais pouco... mitologia hindu... sempre admirada!
ResponderExcluirE todos os seres, não importando o seu tamanho, foram colocados no Universo para cumprirem uma missão determinada e importante para a sua evolução. (dele ou do próprio Universo)
ResponderExcluirO importante é você contribuir com o que você tem de melhor e fazer um mundo melhor .
ResponderExcluirLinda história e ensinamento.
ResponderExcluirNão importa o seu tamanho ou o que faça, mas importa que você faça!
Amém, grande ensinamento!
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